rio de janeiro e suas belezas

rio de janeiro e suas belezas
I LOVE YOU RJ

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CONHECENDO O ENREDO DO SALGUEIRO




Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.

"DO FUNDO DO QUINTAL, SABERES E SABORES NA SAPUCAÍ"
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage
Os primeiros habitantes
Afastada do litoral, a região do Serro do Frio, em Minas Gerais, antes da chegada dos colonizadores, era habitada pelos índios botocudos. Tratava-se de uma tribo conhecida pelas enormes argolas enfiadas nos lábios e nos lóbulos das orelhas. Da presença indígena, a cozinha mineira herdou muitos elementos, como o uso de raízes e brotos, os frutos encontrados no mato, a caça, a pesca, os utensílios, os modos de preparo e tempero dos alimentos, enfim, o aproveitamento dos recursos que a terra dava.
Conta certa crônica escrita por um viajante europeu que os índios desta região tinham como hábito degustar um verme que vivia no broto da taquara, uma espécie de bambu. Os nativos faziam com ele uma excelente iguaria parecida com um creme que ressaltava o sabor dos alimentos. Usado de outra forma, o "bicho-da-taquara", como era também conhecido, uma vez seco e triturado em pó, servia como poderoso sonífero. Isto proporcionava longas noites de sono repletas de sonhos maravilhosos por terras desconhecidas e de exuberantes paisagens, paraíso de cores e sensações inesperadas. Aquele que o consumia, era transportado para um mundo imaginário fascinante!
A corrida do ouro
Os bandeirantes avançaram pelo território brasileiro em busca de riquezas. Levavam na bagagem, nos lombos dos burros, o modo de cozinhar dos tropeiros que produziam uma comida seca e fácil de ser transportada. Comida não perecível, de quem fica pouco tempo em um só lugar. As bandeiras tinham que se virar com o pouco que tinham à mão, daí recorrerem à caça e à pesca, aos talos e folhas e outras tantas ervas que encontravam pelos caminhos.
Por volta de 1693, foi descoberto ouro em Minas Gerais. Logo teve início uma corrida desenfreada atrás de seus veios. Esmeraldas e diamantes atraíram gente de toda parte do Brasil e da Europa. Portugal teve que abrir o olho, mandou fiscais, militares e estabeleceu uma alfândega para evitar o contrabando dos metais e pedras preciosas.
Nesse período a população cresceu, os pequenos povoados viraram vilas com casas de alvenaria e sobrados de dois andares que ocuparam o lugar das palhoças de pau-a-pique. Modos e modas da metrópole se espelhavam no comportamento das sinhás e sinhazinhas, que trouxeram tecidos e rendas, louças e talheres, novos ingredientes para aprimorar ainda mais a cozinha mineira.
Alucinados pela febre do ouro muitos abandonaram a lavoura e se dedicaram à exploração das minas. Logo a escassez de alimentos se fez sentir. Havia ouro, mas faltava comida. Com o preço dos alimentos subindo sem parar, muita gente passou fome. E como a necessidade é mãe da invenção, o mineiro daqueles tempos foi buscar soluções até então impensadas. Exigia-se o aproveitamento de tudo. O que antes era rejeitado, agora era incorporado num novo prato, num novo modo de preparo. Daí vem o jeito mineiro, sempre cauteloso e prevenido. Ou seja, a abundante cozinha típica mineira surgiu da fome.
Os escravos das minas
A notícia da descoberta do ouro trouxe para Minas milhares de escravos vindos de outras regiões do Brasil, principalmente daquelas onde a cana-de-açúcar prosperava. Outros vieram diretamente do continente africano, o que causou um espantoso aumento da população negra em Minas. Esta migração forçada e sofrida deixou sua marca indelével na cultura mineira, seja na religiosidade, na música e na dança e, sobretudo, na cozinha, formando junto com o indígena e o branco colonizador a "Saborosíssima Trindade" da tão variada culinária de Minas.
"Depois do idioma, a comida é o mais importante elo entre o homem e a cultura". - (Raul Lody)
A cozinha
"O cartāo de visitas de um local é a sua cozinha. Ela ensina, pelo sabor, seus saberes".
Um prato típico é aquele que preserva e envolve muitos saberes no seu conteúdo, saberes que não se perderam no tempo. Cada utensílio de cozinha, como pilões, tachos, gamelas, colheres de pau, panelas de ferro ou de pedra sabão. Cada tempero como o imprescindível alho e sal, o urucum, a pimenta, cada folha vinda do mato ou da horta, como o "ora-pro-nobis" e a couve, cada ingrediente como a gordura de porco, a farinha ou a cachaça, tudo guarda em si um conhecimento ancestral, que atravessa as gerações e faz sentir no presente as lembranças e os afetos que nos remetem a outros tempos e lugares vividos.
As receitas culinárias de Minas são inumeráveis. Misturas de magia afro-indígena, da sofisticação luso-europeias, mas o princípio fundamental em todas elas, dito com propriedade, é: "O primeiro ingrediente que vai na panela é o amor".
A comida e a fé, sustentáculos do homem da terra...
Era preciso ter disposição e força para encarar o trabalho duro. E haja angu e rapadura para vencer a lida! Mas mesmo quando a comida era pouca, havia a fé, havia a crença, que superava as dificuldades e enchia de esperança o futuro.
Em Minas, a devoção está para o homem como o sol está para a vida. Sob a luz de Nossa Senhora do Rosário o "ora-pro-nobis" toma gosto e ganha tom! Todos em uma só voz entoam as angústias e as glórias de um povo que sobreviveu à escravidão. Todos honram à padroeira da cidade do Serro, nas figuras de índios, reis, juízes e marujos. Aqui as três raças se consagram: índios, brancos e negros louvam em uníssono àquela que guarda e protege a todos sem fazer distinção. Homens e mulheres unem-se num ato de amor e gratidão por tudo o que a terra e a vida lhes deram sob a bênção de Nossa Senhora, cantando, seguindo em procissão, e, é claro, compartilhando os quitutes da boa mesa, da divina comida mineira, temperada com uma boa pitada de generosidade.
E eis o grande milagre:
Colher de pau, pilão, tacho de cobre.
Fogo de chão, gamela, fogão de lenha.
É com amor que o mineiro põe a mesa,
É atiçar o fogo e manter a chama acesa!

(Renato Lage e Márcia Lage)
OBS - Este enredo é baseado no livro "História da Arte da Cozinha Mineira", de Dona Lucinha (Maria Lúcia Clementino Nunes). Folhear essa obra é fazer um aprendizado sobre os costumes de Minas Gerais, suas tradições, suas deliciosas receitas. É seguir os caminhos que levaram à descoberta do ouro e se aprofundar na história do Brasil. Nosso enredo para o carnaval de 2015 é uma viagem através dos sabores que Minas Gerais oferece e resguarda nos saberes que cada prato típico preserva através do tempo.

CONHECENDO O ENREDO DA VILA ISABEL




Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.


"O MAESTRO BRASILEIRO NA TERRA DE NOEL...
TEM PARTITURA AZUL E BRANCA DA NOSSA VILA ISABEL"
Ideia Original e Carnavalesco: Max Lopes
Pesquisa e Texto: Marcos Roza
Preparem-se para um grande concerto!
O maestro sobe ao púlpito, exercendo uma função primordial como "elemento de ligação das ideias do compositor aos instrumentistas e/ou cantores", e, suavemente, ergue a batuta ao ato sublime que transcende a essa dualidade e se lança aos encantos da regência sinfônica, inscrita "dentro de parâmetros do imponderável, da mítica, da aura que acompanha o artista e determina a sua sonoridade".
Sua regência é mais que um gesto, ruma-nos à poesia dos sons, traduz das partituras a emoção da formação de um povo, a genialidade espontânea da criação, a musicalidade orquestrada à inspiração de significativas apresentações que provêm do canto e do balé. Numa relação humana onde o elemento principal é a música, o maestro Isaac Karabtchevsky transforma a Sapucaí num palco e rege o enredo do meu samba: "O Maestro brasileiro na terra de Noel... Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel".
Em tons graves, agudos, altos ou baixos...as notas musicais saltam dos instrumentos. Afinam-se cordas, metais, sopros, percussão... Os efeitos sonoros vão criando uma incrível e mágica sonoplastia... E de uma forma livre e espontânea, o prelúdio se inicia.
Tudo pronto. Ouvimos o terceiro sinal. Deixem-se contagiar pelos sentidos da música. Peguem seus libretos, o espetáculo vai começar!
Na forja do destino, um momento divino: "Faunos" entoam seus sons cristalinos.
Envolvidos pela poesia, a saudade aperta em nosso peito. Em tempo de inspiração, os "retratos da vida" são o cocar da cultura do nosso Brasil. De um índio, bravo nativo, chamado Guarani – que se veste de paixão e luta para conquistar seu grande amor.
Viajamos pelo canto do "Uirapuru" e descobrimos cada pedacinho desse chão. Do "Concerto da Floresta" ao sertão brasileiro, seguimos pelos trilhos do "bachiano menino" a todo o vapor. Pulsantes sejam o "canto da alma caipira" e o "canto da nossa terra", aventuras de meninos moleques e de seus coloridos papagaios, a matriz da genuína cultura brasileira!
"Corremos pelas partituras de mãos dadas com notas musicais" ao requinte de sinfonias clássicas, barrocas e românticas. Suítes, sonatas, concertos...embalam, musicalmente, as "Quatro Estações" dos fenômenos da Natureza; enredam-se pelo amor shakespeariano de "Romeu e Julieta", pelas aventuras de "Fígaro", o astuto criado da velha Sevilha, e protagonizam um conjunto de revelações e disfarces num festivo e simbólico "Baile de Máscaras". Seus sons, ainda entrelaçam-se às nuances, aos detalhes, às "cores" que a voz consegue, sem possibilidade de confronto, reproduzir, navegando por entre mares de compassos, declamações líricas à ousadia do capitão, o que carrega uma maldição por desafiar "Satanás" a bordo de um "O Navio Fantasma".
Um momento esplêndido: o maestro reduz seu gesto à proporção justa. Expressa o máximo com o mínimo...respira com a orquestra! Um espetáculo à parte. Allegro, avante... Seu realismo fantástico cruza as fronteiras da criação com a regência da Nona Sinfonia de Beethoven!
Entre românticos arcos de flores, a "Sagração da Primavera"! Linda é a bailarina, princesa, camponesa que, ao som da sinfonia, reflete o brilho de raro esplendor do "Lago dos Cisnes". Não há quem não se emocione com a majestosa e exuberante coreografia, aventurando-se, sob muitas formas, diante do "fogo sagrado" de "La Bayadère". Nem com "Balé de Bolshoi", com o "Quebra Nozes" e com tantos outros... É girando na ponta dos pés que a orquestra revela a emoção da "arte dos passos".
Nossos olhos, sem mais prova, atestam, deslumbrados, um magnífico espetáculo. Diante do que se vê, sopranos e tenores entoam da arte teatral: a ópera, voz encenada em drama musical. Castelos, histórias de amor, contos e fábulas...faces do imaginário, um tom magistral de sonhos em sintonia com a vida.
Ó magia! Sob a partitura azul e branca, tudo soa, recebendo, em si, o sopro que do Brasil ecoa. Vem, meu "povo do samba", desfrutar dessa música boa, de um "Aquarius Concerto", ao solo de um pandeiro e renascer das cinzas nos versos de um "senhor partideiro": Martinho da Vila. Vem com a Vila Isabel, com seu reduto de bambas que "não quer abafar ninguém", "só quer mostrar que faz samba também.


CONHECENDO O ENREDO DA MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL




Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.


"SE O MUNDO FOSSE ACABAR, ME DIZ O QUE VOCÊ FARIA
SE SÓ TE RESTASSE UM DIA?"
Carnavalesco: Paulo Barros
A Mocidade Independente de Padre Miguel quer provocar a imaginação do público e pergunta: Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só te restasse um dia? Em uma livre adaptação da música O último dia, de Paulinho Moska e Billy Brandão, o enredo de 2015 retoma um tema inquietante que sempre impressionou a humanidade com suas previsões e profecias: afinal, o fim do mundo parece estar sempre próximo... Mas o que você faria diante da possibilidade de um ponto final na aventura do homem na Terra? Se o mundo fosse realmente acabar e restasse apenas um dia para viver, apenas um último dia... O que você faria?
"Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?"
Se os prédios e avenidas que você conhecia ruíssem sob os seus pés
"Me diz o que você faria?"
Se um dia, você descobrisse que não mentiam as profecias
Sábios sabiam, santos sentiam, videntes já viam
Papas pregavam, rezavam, pediam
E os bruxos, o futuro já liam
Premonições, pesadelos, o fim do mundo os sonhos previam
Não eram loucos, eram guias
"Me diz o que você faria?"
"Abria a porta do hospício", soltava a sua alegria?
Agora a loucura é real, juízo final, é o último dia
"Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?"
"Corria para um shopping center
Ou para uma academia?"
Enquanto o mundo se desfaz, me diz o que você faria
Aproveitava esse tempo, no mesmo ritmo e compasso
Você manteria a rotina, tudo igual, passo a passo?
Se o tempo não voltasse atrás, me diz, você brincaria?
Ficava de bem com a vida, com os amigos se divertia
Se não houvesse amanhã, cantava, dançava, sorria
Passava as horas, minutos, segundos, até terminar esse dia?
"Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?"
Botava pra fora a tristeza, soltava o que reprimia
Tirava a roupa e saía, fugia para o meio da rua
"Andava pelado na chuva", fazia amor sem censura, o que te prendia?
Lançava seu corpo no ar, você aprendia a voar, meu amor
Vivia. E o que há pra viver, nesse último dia?
Fazia o mundo girar, matava a sede, morria
Se o mundo fosse acabar, me diz, ganhava a rua e sumia?
E o prazer de viver até onde te levaria?
"Dinamitava o meu carro, parava o tráfego e ria"
"O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?"
Se o chão tremesse aos seus pés, e você não tivesse saída
E se as águas rolassem, arrastando a multidão
Pegava a fantasia pra brincar na Avenida
O que você faria, meu amor?
Batia um bumbo com força, esquentava o tamborim
Rodava a baiana, levava o estandarte, anunciava a folia
Vinha na Mocidade sambando sem parar
Acreditava que, assim, você sobreviveria?
No último dia, afinal, se fosse carnaval, você se acabaria?





CONHECENDO O ENREDO DA MANGUEIRA




Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.


"AGORA CHEGOU A VEZ VOU CANTAR:
MULHER DA MANGUEIRA, MULHER BRASILEIRA EM PRIMIMEIRO LUGAR"
Carnavalesco: Cid Carvalho
Tudo era festa no meu tempo de menino. Nascido e criado em Mangueira, o morro e seus bairros eram o meu quintal, mas também a minha casa, o meu mundo, o meu reduto para brincar, para aprender as duras lições da vida e, para sonhar... Habitada por gente simples e tão pobre/ que só tem o sol que a todos cobre... Cantarolava eu, que nem conhecia Cartola, contudo por intuição percebia a resposta ao como podes Mangueira cantar? De verso em verso, a intuição virava convicção: eu digo e afirmo que a felicidade e os sonhos aqui moram, e aí estava a chave de tudo – a felicidade e os sonhos. Por aqui, até nossos barracos são castelos/ em nossa imaginação... Sonhou feliz, Nelson Cavaquinho.
Certa vez, deitado no chão e olhando para o alto e a imaginar o morro todo em verde e rosa, descobri que a natureza já tinha feito a sua parte. As mangueiras, muitas mangueiras, coloriam a paisagem com todo o verde possível e necessário. Nesse dia entendi a razão/ inspiração do verso Mangueira, teu cenário é uma beleza/ que a natureza criou... Só faltava o rosa, pensei. (1)
Foi há muito tempo que ouvi falar pela primeira vez das grandes mulheres de Mangueira. Vovó Lucíola, parteira que ajudou muitos mangueirenses a chegar ao mundo, dona de uma sabedoria de preta velha, e que muitos diziam ser mais antiga que o próprio morro, me contou, com riqueza de detalhes, lindas histórias de doçura e de bravura, que me encantaram a alma e invadiram a minha imaginação.
Ainda lembro quando vovó me pegou pelo braço e apontou uma frondosa mangueira no alto do morro e falou: "tá vendo aquela árvore, "fio"?" Enxuguei as lágrimas que insistiam em molhar meu rosto e firmei o olhar na direção apontada. E, continuou vovó: "ela é como um elo entre as mulheres do morro e a nossa Escola de Samba. A raiz, o tronco resistente e os galhos cheios de folhas, servem para proteger as flores que se transformarão em frutos. Assim, também, são as mulheres, daqui e de qualquer lugar, "fio"! Nós somos como as árvores, como a natureza, geramos vida e continuidade através dos nossos frutos. Assim é a nossa vivência e nossa contribuição com a Mangueira!".
Neste dia entendi que o que estava faltando era o rosa feminino daquelas mulheres para fazer par com o verde das mangueiras... Eram as "ROSAS" de Mangueira que estavam faltando!
Tudo agora fazia sentido! Os homens foram a raiz e o tronco, mas as mulheres foram as flores, as "ROSAS" que geraram os frutos mais doces que a Mangueira me deu!
Algum tempo depois, novamente deitado no chão e olhando as mangueiras, agora enfeitadas de flores, lembrei-me da minha conversa com vovó Lucíola. Lentamente adormeci e sonhei. Sonhei com as grandes mulheres de Mangueira recebendo outras grandes mulheres do Brasil para um magistral desfile de carnaval. Sonhei que era primavera no morro e as "ROSAS", em verso e prosa, novamente, desabrocharam com todo o seu esplendor.
Venham divinas damas que carregam no sangue esta nobreza ancestral, despertem para sonhar novamente e ouçam os versos mais belos que o poeta compôs para lhes ofertar. Por mais esta noite, desçam o morro em cortejo para reinar na folia como legítimas representantes da dinastia do samba, pois é através de suas memórias que a Mangueira vem contar e cantar a trajetória de outras grandes mulheres do Brasil.
Venha vovó Lucíola, e seja novamente a minha guia! Deixe o doce perfume de suas lembranças invadir o meu sonho, entorpecer a minha alma e se espalhar por ruas, becos e vielas.
Na liberdade que somente a poesia e os sonhos podem conceder, vejo os barracos/castelos enfeitados com guirlandas florais e o povo vestido com fidalguia para a noite triunfal.
E as baianas giram e o movimento de suas saias me faz recordar as histórias de valentia e superação que havia escutado muito tempo atrás. Então, presencio Tia Fé, anciã que carrega no próprio nome a força da religiosidade das mulheres do morro, sendo aclamada como uma verdadeira quebradeira de grilhões na aurora da Estação Primeira, e glorifico as mães do samba.
Salve as "Candaces do Brasil"!
Salve Suluca da Mangueira, tal como Chica da Silva, uma autêntica herdeira da realeza africana!
Orayê yê o, Ciata de Oxum; a sua benção Mãe Menininha do Gantois!
Os acordes afinados de um violão me chamam a atenção e uma suave melodia embala o meu sonho. Não demora e o coro, ao longe, também se faz ouvir e o canto harmonioso das pastorinhas de Mangueira atravessa a barreira do tempo, unindo passado e presente e, num compasso emocionante, faz-se ecoar pelas vozes das grandes cantoras mangueirenses, que hoje cantam em homenagem às grandes intérpretes do Brasil. E tem Chica, Chica Boom e balangandãs para todo o lado e disputas acirradas entre as Rainhas do rádio. Mas, sempre haverá uma "bandeira branca" para "clarear" a alegria!
O morro é festeiro e transpira musicalidade. E tem jongo e maxixe nos cordões de velhos, mas a batucada é soberana para embalar a cantoria e animar o povão quando chega o carnaval. Protegida pela Guarda Real da bateria, a rainha desce as escadarias do seu castelo, no alto do morro, e se posta à frente dos ritmistas com altivez monárquica para receber as rainhas da beleza brasileira, lideradas por Gisele Bündchen e Marta Rocha coroada, com a faixa no peito e o cetro na mão. Trajes típicos desfilam a nossa brasilidade e se misturam às mulatas e cabrochas em apresentação apoteótica. No meu sonho "Real", o Buraco Quente se transforma em passarela de moda e de samba; porque, no reinado de Momo, todas as mulheres são belas rainhas e nós, os seus súditos.
E, tudo em Mangueira é belo e tem seus fundamentos!
Feito um ritual mágico, tia Lina se posiciona para ser reverenciada como a primeira Porta-Bandeira da verde e rosa. Percebo os guardiões abrindo caminho enquanto o pavilhão mangueirense flutua em meio ao povo, conduzido com graça e elegância, ora por Neide, ora por Mocinha. É a arte em movimento antropofágico de Tarsila! É a delicadeza das mãos nos versos de Raquel de Queiroz; é a sensibilidade feminina transmitida em cores e gestos; é o poder da arte derrubando barreiras e preconceitos e empunhando a bandeira da igualdade.
As vozes se multiplicam e a cantoria aumenta. Mas é preciso concentração! Uma voz se destaca entre todas as outras e se faz respeitar! Em Mangueira, berço de grandes guerreiras, Dona Neuma, mulher de fibra, prestígio e liderança, é quem toma as rédeas da situação, seja nas árduas batalhas da vida, no dia a dia do morro ou nas alegres batalhas de confetes e serpentina. Sempre com a firmeza e a sensibilidade de uma líder nata. Quando necessário, fazia-se Maria Quitéria nas pelejas para defender o samba e a Mangueira, mas se alguém precisasse de auxílio, rapidamente se transformava em Ana Néri para socorrer.
Então, respeitem quem pode chegar aonde elas chegaram e abram alas para todas as mulheres que se colocaram à frente de seus tempos e que, nunca estiveram à espera de príncipes encantados para lhes salvar! São estas mulheres que nos conquistam pela simplicidade e, ao mesmo tempo, se impõem pela grandiosidade, e que hoje, personificadas em Dona Zica e aclamadas em um desfile triunfal, recebem de Mangueira o que a história oficial muitas vezes lhes negou: a valorização e o reconhecimento. Que seus exemplos de força e persistência se transformem em uma espécie de vento suave e contínuo capaz de tremular no ponto mais alto das nossas consciências a legítima bandeira verde e rosa... Que o rosa possa significar a mais singela tradução do nosso reconhecimento a todas as mulheres deste país... E que o verde possa transmitir a nossa esperança por igualdade de direitos, para a honra e glória daquelas que lutaram e ainda lutam por dignidade.
Ainda inebriado, sinto o rosa da alvorada no morro a me despertar. Percebo que o meu sonho está chegando ao fim, não no sentido de acabar, mas porque está se tornando realidade! A sua benção vovó Lucíola e, obrigado por me permitir sonhar, por esta noite, o seu sonho maior de igualdade e respeito a todas as mulheres.
É a sua, a nossa Mangueira que está na Avenida e, todas as Marias com as latas d'água nas cabeças, as negas mais malucas do que nunca, as cabrochas e mulatas e as senhoras do Departamento Feminino e da Velha-Guarda, vêm saudar as nossas Ritas Lee, as nossas Martas Vieira da Silva, as nossas Marias da Penha e as nossas Fernandas Montenegro porque, para honra e glória do Brasil, "Agora Chegou a Vez, Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira Em Primeiro Lugar!" (Cid Carvalho)
(1) Trecho retirado da revista: Mangueira, Paixão em Verde e Rosa de 2005. Texto do então Presidente da Agremiação Álvaro Luiz Caetano e livremente adaptado por Cid Carvalho.

DESFILE DAS ESCOLAS MIRINS - CARNAVAL 2015




Definida ordem de apresentação das Escolas de Samba Mirins

A Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro definiu através de sorteio a ordem dos desfiles para o próximo carnaval. Confira a sequência de apresentações das escolas no Sambódromo no dia 17 de fevereiro de 2015, terça-feira de carnaval:

1 – Planeta Golfinhos da Guanabara; 
2 – Herdeiros da Vila; 
3 – Petizes da Penha; 
4 – Império do Futuro; 
5 – Filhos da Águia; 
6 – Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy; 
7 – Tijuquinha do Borel; 
8 – Corações Unidos do Ciep; 
9 – Miúda da Cabuçu; 
10 – Pimpolhos da Grande Rio; 
11 – Inocentes da Caprichosos; 
12 – Mangueira do Amanhã; 
13 – Infantes do Lins; 
14 – Nova Geração do Estácio de Sá; 
15 – Aprendizes do Salgueiro;  
16 – Estrelinha da Mocidade.


Cada agremiação terá 30 minutos para desfilar. Os desfiles das escolas mirins terá início às 17h e por determinação de uma portaria da I Vara da Infância e Juventude, e terminarão à meia-noite.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

DATAS DE PAGAMENTO - CAMAROTES E BOXES ESPECIAIS



Quem teve sua reserva confirmada deverá efetuar o pagamento da primeira parcela, no valor de 50% do total, nos dias 20 e 21 de outubro, na Central LIESA de Atendimento, na Rua da Alfândega, nº 25 - lojas B / C, no Centro do Rio, no horário bancário; e os outros 50%, trinta dias após.



 
2012-CAMAROTES
 
 
 

2012-CAMAROTES
 
 
 

TIPOS DE INGRESSOS - CARNAVAL 2015





Você conhece os tipos de Ingressos para o Carnaval 2015?

 
 
Existem quatro diferentes tipos de ingressos para assistir
as Escolas de Samba de sua preferência.
Escolha o seu.

Boxes Especiais
Frisas

Cadeiras

Arquibancadas
ESPAÇO EXCLUSIVO E COBERTO, COM OPÇÃO DE SERVIÇO DE BUFFET.
USO PARA TODOS OS DIAS DO CARNAVAL
BOX COBERTO
LATERALMENTE FECHADO,
COM ENTRADA PRIVATIVA.
PRONTO
PARA USO / DECORADO.
USO PARA TODOS OS DIAS DO CARNAVAL
ESPAÇO DESCOBERTO, LATERALMENTE FECHADO, COM ASSENTOS E ENTRADA PRIVATIVA E CAPACIDADE
PARA 4 OU 6 PESSOAS
CADEIRAS INDIVIDUAIS. SETORES
12 E 13.
ESPAÇO DESCOBERTO
ASSENTOS INDIVIDUAIS
EM
ARQUIBANCADAS.
ESPAÇO DESCOBERTO

Central LIESA de Atendimento e Vendas
Rua da Alfândega, 25 - lojas B e C, Centro do Rio
Tel: (21) 2233-815
1, de 10 às 17 horas.

domingo, 12 de outubro de 2014

ATENÇÃO CONTEMPLADOS AOS CAMAROTES - DIA 16/10






CARNAVAL 2015


NÃO PERCAM O DIA 16/10 

.NO  DIA 16 DE OUTUBRO SERÃO DIVULGADOS OS NOMES DE QUEM FEZ RESERVAS AOS CAMAROTES DA SÁPUCAI PARA O CARNAVAL 2015 ,

 FIQUEM ATENTOS:
 - através do telefone da Central: (21) 2233-8151(21) 2233-8151.



Quem tiver sua reserva confirmada deverá efetuar o pagamento da primeira parcela, no valor de 50% do total, nos dias 20 e 21 de outubro, na Central LIESA de Atendimento, na Rua da Alfândega, nº 25 - lojas B / C, no Centro do Rio, no horário bancário; e os outros 50%, trinta dias após.

46 - PRAIA DO RECÔNCAVO



PRAIA DO RECÔNCAVO


É predomimantemente comercial com 28,57% de estabalecimentos comerciais e está localizada no bairro de Sepetiba na cidade de Rio de Janeiro RJ.
Com mais de 78 domicílios, a Praia do Recôncavo caracteriza-se por 19,23% de domicílios constituído de casas, sobrados ou similares e 80,77% de edifícios de apartamentos ou conjuntos residenciais com vários domicílios de famílias distintas.





localiza-se na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Sepetiba, zona oeste







45 - PRAIA DAS PITANGUEIRAS



PRAIA DAS PITANGUEIRAS
 
É uma pequena
praia localizada em Pitangueiras, na Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Possui esse nome derivado grande número de pitangueiras que lá existiam quando começou a povoação da Ilha do Governador nos anos 30; sendo ela que deu o nome ao bairro quando as ruas próximas a praia foram emancipadas como um bairro autônomo pelo prefeito Júlio Coutinho em 1981.
Possui raramente qualidade para banho, em função da poluição da
baía de Guanabara, porém sua orla aproveitada para passeios e prática de esportes; também sendo o principal fator que mantém valorização do metro quadrado do bairro é seu principal ponto de vida noturna.


Praia das Pitangueiras
LocalizaçãoMunicípio do Rio de Janeiro Rio de Janeiro (RJ)
 Brasil
Extensão da orla300 metros
Tipo de praiaOceânica
Água e ondasBaixas
Faixa de areiade Tombo
RiosNenhum
Ilhas próximasPaquetá, Brocoió e D'água.
Forma de acessoRua das Pitangueiras e rua do Monjolo.

44 - PRAIA DA PEDRA DE GUARATIBA




PRAIA PEDRA DE GUARATIBA

tem um clima de bairro pesqueiro, com restaurantes destinados à venda do produto que os moradores, maioria pescadores, pescam nos mares próximos. A principal atração dessa região é a beleza natural preservada da região. Os pássaros são uma atração à parte, com uma grande variedade de espécies.
Pedra de Guaratiba é uma "aldeia" de pescadores ao sul do Rio de Janeiro que começa a despontar como uma alternativa de estância de férias. Situada na Baía de Sepetiba com água do mar sem ondas e um local tranqüilo nos últimos anos surgiu como verdadeiro centro gastronômico onde muitos restaurantes servem os mais deliciosos peixes e mariscos frescos. Vários desses restaurantes estão localizados principalmente em Guaratiba na estrada que vai ao Recreio passando por serras e pela praia virgem do Grumari. Barra de Guaratiba é uma pequena comunidade com uma praia popular (que é visitada principalmente por Brasileiros).


 
 
No caminho para Barra de Guaratiba vislumbramos os belos manguezais e o acesso a uma zona militar fechada com praias de cor branca como a neve onde o público não tem acesso. Pedra de Guaratiba não tem praias, devido à falta de mar com ondas. Há um belo cais de madeira onde é bom andar e apreciar os muitos pequenos barcos de pesca onde garças brancas e outros parentes buscam alguns peixes. A "aldeia" tem crescido nas últimas décadas como Centro de artistas com vários workshops, e um lugar onde ecologia, lazer e turismo andam de mãos dadas. Uma atração é a 'Capela da Nossa Senhora do Desterro' (foto), datados de 1626 e uma das mais antigas igrejas do Estado do Rio de Janeiro.
 
 
 




De resto, Pedra de Guaratiba é perturbada apenas pelo mercado que anima a noite de sexta-feira, sábado e domingo na praça da "aldeia". A 'Estrada da Capoeira Grande' oferece uma grande quantidade de verde de ambos os lados, então nós podemos ir certeiros na direção de Barra de Guaratiba através das belas montanhas da Mata Atlântica. No caminho, existem muitos restaurantes de peixe. Nos restaurantes mais altos vê-se os manguezais e o impressionante branco de areia no domínio militar.



 

Igualmente belo pôr-do-sol sobre o cais de madeira de Pedra de Guaratiba, um desafio para os fotógrafos. Perto da área protegida temos a Praia da Brisa. Além disso, é bom caminhar junto ao mar numa faixa de areia fina branca, olhando para o bombeamento de água pelos moinhos dos quiosques onde as pessoas podem relaxar e desfrutar de uma bebida. Ainda são poucos os hotéis e pousadas na região (apenas na Barra de Guaratiba). A subida dos preços imobiliários na área é um sinal claro de que isto não será por muito tempo.


COMO CHEGAR NA PEDRA DE GUARATIBA/PRAIA DE GUARATIBA


Para chegar a essas duas regiões, é necessário chegar até o Recreio dos Bandeirantes através da Avenida das Américas, e, a partir de lá, descer até ao bairro
Grumari. A Barra de Guaratiba fica ao lado desse bairro. Para chegar à pedra de Guaratiba, continua-se pela Avenida das Américas até chegar à Estrada da Matriz. Esta chegará à Pedra de Guaratiba. Pelo transporte público é possível chegar somente através de ônibus. Existem ônibus próprios que levam a essas duas regiões.


































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