rio de janeiro e suas belezas
sábado, 27 de agosto de 2016
REGIÃO MARACANÃ - JOGOS PARALIMPICOS 2016
Estádio Olímpico João Havelange – Engenhão
Estádio Maracanã
Ginásio do Maracanãzinho
Sambódromo
REGIÃO COPACABANA - LOCAL - JOGOS PARALIMPICOS 2016
Estádio de Copacabana
Forte de Copacabana
Marina da Glória
Lagoa Rodrigo de Freitas
REGIÃO BARRA - LOCAL - JOGOS PARALIMPICOS 2016
O Coração dos Jogos de 2016
Campo Olímpico de golfe
Arena Olímpica do Rio
Parque Aquático Maria Lenk
Centro Olímpico de Tênis
Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos
Arena Carioca 1 (Hall Olímpico 1)
Arena Carioca 2 (Hall Olímpico 2)
Centro Olímpico de Handebol (Arena do Futuro)
Velódromo Olímpico
Riocentro
Pavilhão 2
Riocentro
Pavilhão 3
Riocentro
Pavilhão 4
Riocentro
Pavilhão 6
REGIÃO DEODORO - LOCAL - JOGOS PARALIMPICOS 2016
Arena da Juventude
Arena de Rúgbi e Pentatlo Moderno
Centro Nacional de Hipismo
Centro Olímpico de BMX
Parque Olímpico de Mountain Bike
Estádio Olímpico de Canoagem Slalom
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Escolas de Samba do Grupo Especial - 2017 - PRESIDENTE, QUADRA, TELEFONE E ENREDOS
Presidente de Honra | Aniz Abrahão David |
Presidente | Farid Abrahão David |
Quadra | Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Nilópolis - RJ Cep: 26.050-032 |
Telefone Quadra | (21) 2691-1571 / (21) 2791-2866 |
Ensaios | As quintas-feiras, a partir de 21 h |
A Virgem dos Lábios de Mel – Iracema | ||||||||
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O projeto carnavalesco inspirado na obra que descreve o encontro entre o português Martin Soares Moreno, e a Virgem dos Lábios de Mel, a índia da tribo Tabajara, de nome Iracema, tem o Ceará como palco principal, e como cenário, a natureza exuberante deste lugar paradisíaco, de verdes matas, onde cantam jandaias nas frontes de carnaúba. Índia morena, serena, bela como uma flor, és tu, Ó formosa Iracema! Sua pureza provoca encantamento e seduz ao mesmo tempo. E foi essa magia, soprada pelo vento, que deixou Martin Soares Moreno sem alento... Ela, de pele morena. Ele, Moreno no nome... E esse encontro amoroso entre duas civilizações distintas, é bem mais salutar que um romance literário e nacionalista, onde suscintamente, Iracema representa a cultura brasileira, e Martin Soares, o branco europeu. Narrativa repleta de detalhes, pontua magistralmente a história do Ceará, o nascimento de um fruto miscigenado, possivelmente o primeiro mameluco nato, e entrelaça, de modo singular, a história do nosso imenso Brasil plural e a Lenda do Ceará.
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Ivete de rio a Rio! |
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Meu nome é Ivete Sangalo, e em 2016 tive a honra de ser escolhida para enredo da Acadêmicos do Grande Rio, E é para vocês que eu conto a minha história, feita de amor e muita paixão... Eu nasci em Juazeiro na minha amada Bahia, e guardo na memória o chão rachado da caatinga, a poeira das estradas, o imenso Rio São Francisco, cheio de carrancas coloridas protetoras de seus pescadores. Desde pequena ouvi contarem da lenda da Serpente dos Olhos de Fogo que dizia: (....) Havia uma bela menina, que foi se admirar no espelho d’agua do rio e surpresa com sua beleza, esqueceu da hora da avemaria, e por isso foi transformada numa enorme serpente que mergulhou e foi se esconder na Ilha do Fogo. Esta serpente assusta pescadores, navegantes e lavadeiras, mas Nossa Senhora das Grotas amarrou a serpente em seu ninho com três fios de seus cabelos. Dois fios já se partiram criando inundações terríveis, e se o último fio romper inundará de veza região de Juazeiro e Petrolina. Em meus sonhos, nossa Senhora colocou este último fio em minha mão para dominar a serpente e o mundo com meu canto e minha energia! O povo deste lugar reza muito em romarias, enfeita as barcas com carrancas para proteger pescadores e navegantes, e segurando este fio eu e a Grande Rio contamos uma bela história, de festas, carnavais e das minhas muitas viagens pelo mundo. |
Presidente | Luiz Pacheco Drummond |
Quadra | Rua Prof. Lacê, 235 - Ramos - Rio de Janeiro - RJ - CEP. 21060-120 |
Telefone Quadra | (21) 2560-8037 |
"Xingu, o clamor da floresta" | ||||||||
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"O índio estacionou no tempo e no espaço. O mesmo arco que faz hoje, seus antepassados faziam há mil anos. Se pararam nesse sentido, evoluíram quanto ao comportamento do homem dentro da sociedade. O índio em sua comunidade tem um lugar estável e tranquilo. É totalmente livre, sem precisar dar satisfações de seus atos a quem quer que seja. Toda a estabilidade social, toda a coesão, está assentada num mundo mítico. Que diferença enorme entre as duas humanidades! Uma tranquila, onde o homem é dono de todos os seus atos. Outra, uma sociedade em convulsão, onde é preciso um aparato, um sistema repressivo para poder manter a ordem e a paz." (Orlando Villas-Bôas, sertanista) INTRODUÇÃO Hoje, não vamos falar apenas de lendas, nem alimentar mistérios que dependem de nossa imaginação. Você cresceu, guerreiro menino, não é mais um curumim. Teve coragem para enfrentar as tucandeiras, traz no rosto as marcas do gavião e já consegue enxergar além das curvas do caminho. Hoje, vamos falar da verdade. É preciso entender o passado para saber o que nos aguarda no futuro. Quando seus pés tocarem o chão, pise com a certeza de que ninguém ama tanto esta terra como a nossa gente. Somos o povo da floresta. Os espíritos de nossos ancestrais dormem nos troncos das árvores. A candura de nossas mães flutua no ar, e se espalha no perfume das flores. O amanhã resiste em cada semente carregada pela força do destino, conduzida pelos pássaros que enfeitam nossos cocares, orientam nossas flechas e repovoam essa gigantesca floresta. Nós somos a floresta e deixaremos que o vento leve este canto aos homens de boa vontade. Eles precisam nos ouvir. Sim, guerreiro menino, porque quando não existir mais floresta, nossa gente será apenas lembrança e o que eles chamam de país, já não terá nenhuma esperança...
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"Só com a ajuda do Santo" | ||||||
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“Te corto, te talho. Corto-lhe a cabeça, corto-lhe o rabo, corto-lhe o coração. Só o corpo da gente é que não. Pra trás irás, pra frente não passarás. Onde principiais, lá acabarás.” (Reza popular) | ||||||
Pra tudo que é santo vou apelar. Para o santo de casa, para o santo de altar. Vou bater na madeira três vezes, vela acesa, copo d’água. Galho de arruda pra espantar quebranto e mau olhado. Vou saudar oBenedito, e se a graça eu alcançar, tem zabumba e reco-reco, ponho a congada pra desfilar. Vou pedir aos Santos Reis, afastar os móveis da sala, abrir portas e portões, dar licença para os mascarados “vadiá” no salão. Bordar uma bandeira pro Divino. Pedir a São João. Cortar papel fino pra fazer balão. Enfeitar de cravos e rosas a capelinha de melão. Botar “guri” pra ser anjinho de procissão. Bendizer o “meu Padim.” Me apegar com a “Mãezinha” pra desatar qualquer nó. Carregar andor, pegar na corda. Na terceira onda que quebra na praia, lançar no balanço do mar: perfume, rosa, espelho e pente, pra Inaê, Marabô, Janaina se enfeitar. Se pro velho Pedro já pedi que abrisse os portões dos céus e mandasse chuva pro roçado; se Santo Antônio, depois da judiação de tomarem-lhe o menino, à moça solteira já deu matrimônio; se São Sebastião é padroeiro do meu Rio de Janeiro, se São Francisco é quem protege os animais; se Santa Clara ilumina o caminhar; se bala, pipoca e guaraná agradam Cosme e Damião; vou me curvar aos pés do guerreiro, São Jorge fiel escudeiro. Por ordenança da Virgem Maria, ele é o “praça” que vai à frente da minha cavalaria. Para me cercar de todo lado vou firmar ponto pro “santo” que baixa no terreiro. Pôr amuleto nos pés do gongá. Pra cortar demanda, me embrenhar nas matas e “saravá” seu Sete Flechas. Mandar fazer três capacetes de penas, um pra Iara, um pra Jandira, e um pra Cabocla Jurema. Jetruá pra saudar o Boiadeiro. Cantiga para o Marinheiro. Marafo, mel e dendê na farofa. Rezar para as Santas Almas, “Preta Velha, negra Mina da Guiné o inimigo que caia, e que eu, fique de pé”. É bom lembrar, não pode faltar, a proteção do Orixá. A Mangueira quer passar e comandar a procissão. Seu verde e rosa, todo mundo sabe, faz tempo já virou religião. Pra cruzar o seu caminho, é bom saber pisar. Traz mistério, crendices e magia. Não se engane: Só quem pode com a mandinga, carrega patuá. P.S: Expedito, você que é dado ao impossível, será que fazia mal, chegar no ouvido do pai, e interceder por mais esse carnaval?
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Todo conto é um canto de sobrevivência, de resistência, uma história de amor. Um conto pode durar uma hora, um dia ou mil e uma noites. Os fios que tecem uma narrativa encantam ao recontar histórias do coração, de reconciliação - lições que levam da vida. Todo mundo tem uma história para contar, essa é a nossa história.
E todos nós aqui, na solidão desértica da nossa amada Zona Oeste, a olhar as estrelas do céu, tão ávidos e sedentos por ver novamente, no firmamento, a nossa mais querida estrela reluzir, brilhante dentre todas as outras do universo.
O calor que banha de suor o nosso corpo e que aquece nossa região, volta e meia, nos traz à mente imagens que hora nos confundem e, em outros momentos, nos fazem delirar numa overdose de desejos. Loucuras de paixão se misturam com lembranças de bons ventos que um dia sopraram e refrescaram a nossa memória, como em um Saara imaginário que varre, ventando sem fim, tal qual uma oração, o refrão de um samba que me inspira assim..
“Nos meus devaneios,
Quero viajar...
Sou a Mocidade,
Sou Independente,
Vou a qualquer lugar...”
Em devaneios, a caravana parte.
Nela, toda a Mocidade, inebriada de fascínio na imaginação que flui, assim como a brisa que alisa o deserto, na noite que faz sonhar, busca no escuro céu uma guia - sua identidade estelar. Esse vento, que varre as dunas, vem então semear as histórias encantadas que, um dia, foram sopradas no tempo. Desprendidas das areias de tantas terras, se espalharam pelo mundo, se misturando por cá; viajaram aos quatro cantos, num vira e mexe, aqui e acolá, perto e longe, pra lá de Marrakesh, por todo o povo de Alah, como se fosse, a Arábia, um só lugar.
E todos nós aqui, na solidão desértica da nossa amada Zona Oeste, a olhar as estrelas do céu, tão ávidos e sedentos por ver novamente, no firmamento, a nossa mais querida estrela reluzir, brilhante dentre todas as outras do universo.
O calor que banha de suor o nosso corpo e que aquece nossa região, volta e meia, nos traz à mente imagens que hora nos confundem e, em outros momentos, nos fazem delirar numa overdose de desejos. Loucuras de paixão se misturam com lembranças de bons ventos que um dia sopraram e refrescaram a nossa memória, como em um Saara imaginário que varre, ventando sem fim, tal qual uma oração, o refrão de um samba que me inspira assim..
“Nos meus devaneios,
Quero viajar...
Sou a Mocidade,
Sou Independente,
Vou a qualquer lugar...”
Em devaneios, a caravana parte.
Nela, toda a Mocidade, inebriada de fascínio na imaginação que flui, assim como a brisa que alisa o deserto, na noite que faz sonhar, busca no escuro céu uma guia - sua identidade estelar. Esse vento, que varre as dunas, vem então semear as histórias encantadas que, um dia, foram sopradas no tempo. Desprendidas das areias de tantas terras, se espalharam pelo mundo, se misturando por cá; viajaram aos quatro cantos, num vira e mexe, aqui e acolá, perto e longe, pra lá de Marrakesh, por todo o povo de Alah, como se fosse, a Arábia, um só lugar.
Presidente de Honra | Monarco |
Presidente | Sergio Procópio |
Quadra | Rua Clara Nunes, 81 - Madureira - Rio de Janeiro - RJ CEP 21351-110 |
Telefone Quadra | (21) 3217 1604 |
“Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar” | ||||||||
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RESUMO | ||||||||
O rio inspira os homens. De suas águas, pescam o sonho e o conhecimento, colhem a história e o encantamento. O rio azul e branco nasce da fonte de onde se originam a vida e as culturas humanas. Prima matéria, a água doce está associada aos mitos de criação do universo das antigas civilizações, é a manifestação do sagrado nas religiões e a maior riqueza para as sociedades modernas. A Águia bebe dessa água cristalina em sua nascente, onde brota o bem mais precioso criado pela natureza. No berço do samba, o pássaro abençoa a passarela, leito do rio da Portela. Segue recolhendo a poesia de muitos outros rios, enquanto mantém o seu rumo. Atravessa a Avenida, lavando a alma de quem deseja ver o rio passar, saciando a sede de vitória, irrigando de alegria o povo que habita a beira do rio. Suas águas purificam o corpo, afogam a tristeza e renovam as forças a cada alvorada. Convida a conhecer seus mistérios, cruzando aldeias e povoados, cidades e países distantes. O rio é velho e por ele correm muitas histórias, porque sempre esteve ali a guardar os segredos das águas que deram origem ao mundo. O rio é novo porque está sempre em movimento e nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar. O rio não pode voltar. Ele segue em busca do seu destino. Nasce como um fio d’água, calmo e sereno, e continua para receber muitas contribuições em seu curso. Enquanto cresce, irriga e fecunda as margens de onde se colhe o alimento do corpo e da alma. Avança sobre a terra e não se deixa vencer pelas pedras que encontra no caminho. Passa inspirando canções e poemas, linhas e formas sinuosas. Em sua exuberância, desfila entre matas, plantações, casas humildes e mercados, do interior até chegar às grandes metrópoles e receber as imensas construções fincadas em suas margens. O homem e o rio estão ligados pelo corpo e pelo espírito. Os artistas, músicos e cantadores, arquitetos e escritores incorporam a alma do rio e refletem suas imagens. Aqueles que se entregam à devoção e murmuram suas preces, pedidos e promessas fazem procissões e oferendas, agradecidos pelos desejos atendidos. O homem tira a vida do rio. A vida é como um rio que corre em direção ao seu destino.
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Carnavaleidoscópio Tropifágico | ||||||
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SINOPSE | ||||||
“Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português” Erro de português (Oswald de Andrade) Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia... Quando Pero Vaz Caminha descobriu que as terras brasileiras eram férteis e verdejantes, escreveu uma carta ao rei: “tudo que nela se planta, tudo cresce e floresce”. Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade. Aqui, o Terceiro Mundo pede a bênção e vai dormir entre cascatas, palmeiras, araçás e bananeiras. Alegria e preguiça. Pindorama, país do futuro. Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós. Contra as sublimações antagônicas trazidas nas caravelas, contra todas as catequeses, povos cultos e cristianizados: - Eu, brasileiro, confesso minha culpa, meu pecado. Minha fome. Revolução Caraíba, maior que a Revolução Francesa e o bonselvage nas óperas de Alencar, cheio de bons sentimentos portugueses. Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Única lei do mundo. Sou Abaporu faminto. Tupi, or not tupi? Thatisthequestion. #somostodosmacunaíma. Contra o aculturamento. Contra os bons modos. Contracultura. Por uma questão de ordem. Por uma questão de desordem. Não anuncio cantos de paz, nem me interessam as flores do estilo. Tropical melancolia de uma terra em transe onde reina o rei da vela. A burguesia exige definições. Oh! Good business! No coração balança um samba de tamborim. Em Mangueira é onde o samba é mais puro e os parangolés incorporam a revolta. Eu me sinto melhor colorido. Quem não dança não fala. Faz do morro marginal Tropicália. Viva a mulata, ta, ta, ta, ta. Eu organizo o movimento com água azul de Amaralina, coqueiro, brisa e fala nordestina. Solto os panos sobre os mastros no ar. Aventura em busca do som universal. Os olhos cheios de cores. Pego um jato, viajo, arrebento. Com o roteiro do sexto sentido. Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia. Pela experimentação globalizada. Pela devoração psicodélica do rock’n’roll, da musica elétrica, das conquistas espaciais, da cultura de massa. Pelo encontro dos extremos. Pela união da precariedade com o moderno, do folclore com a ciência, do cafona com a vanguarda, do popular com o erudito. São, São Paulo meu amor. Foi quando topei com você que tudo virou confusão. Dando vivas ao bom humor num atentado contra o pudor. Hospitaleira amizade. Brutalidade jardim. Ironia crítica do deboche sentimental. Porém, com todo defeito te carrego no meu peito. O avanço industrial vem trazer nossa redenção. Eu preciso cantar. Em cantar na televisão. Eu nasci pra ser o superbacana com a capa do Rei do Mau Gosto. A elegância de um dromedário. Você precisa saber de mim. Coma-me! Por entre fotos e nomes, jornais e revistas, nas paradas de sucesso. Por telas, formas e grafismos do folclore urbano. Coma-me! Minha terra tem palmeiras onde sopra o vento forte. Vivemos na melhor cidade da América do Sul. Soyloco por ti, América, soy loco por ti de amores. Tengo como colores la espuma blanca de Latinoamérica. Esse povo, dizei-me, arde! E no jardim os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis. Eles põem os olhos grandes sobre mim. Aqui, meu pânico e glória. Aqui, meu laço e cadeia.Mamãe, mamãe, não chore. A vida é assim mesmo. Eu quis cantar minha canção iluminada de sol. Você fica, eu vou. Quem ficar, vigia.Todo o povo brasileiro, aquele abraço! Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço enquanto meus olhos saem procurando por discos voadores no céu. Caminhando contra o vento vou sonhando até explodir colorido. A alegria é a prova dos nove. No matriarcado de Pindorama. Nunca fomos catequizados. Fizemos foi o Carnaval. Não seremos belos, recatados e do lar. Eu oriento o carnaval. Eu vim para confundir e não para explicar. Buzino a moça, comando a massa, dou as ordens no terreiro. Minha Tropicália Maravilha faz todo o universo sambar. Todo mês de fevereiro, aquele passo... Viva a banda, da, da Carmen Miranda, da, da, da, da... Eu vou pelo mundo em milhares de cores. Eu vou! Porque não? Porque não? Porque não?
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A Divina Comédia do Carnaval | |||||||||||||||||||||||||||||||||
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SINOPSE | |||||||||||||||||||||||||||||||||
"Carnaval do Rio, vendaval de sentidos! (?) Tu és o espasmo da fera na civilização". (João do Rio) Quem sou eu nessa selva de ilusões que se ergue quando o mundo real acaba em cinzas para renascer vibrante nas chamas de mais um Carnaval? Muito prazer! Sou um aventureiro errante, passageiro do delírio. Mas podem me chamar de poeta... Embarco numa viagem desvairada pelos três reinos místicos de Momo, navegando por um rio de escaldantes tentações. "Se 'essa barca' não virar / Olê, olê, olá... Eu chego lá!" De mente aberta e alma liberta, lá vou eu! ALEGRIA INFERNAL No "Balancê, Balancê", a embarcação avança pelas águas assombradas de onde avisto as loucas fantasias dos que se entregam sem temor às garras da folia. São milhares de vozes que ecoam pelos abismos mais profundos, entoando uma ladainha profana, hino de tantos carnavais: "Mas que calor ô-ô-ô-ô-ô-ô"! Estou em pleno Inferno, ardendo numa incontrolável febre de alegria. No rebuliço dos salões subterrâneos, o Bloco dos Mascarados arma as trincheiras para uma intensa batalha de confetes e serpentinas, libertando as feras que se escondem em cada um de nós. No decorrer do trajeto, vejo uma procissão pagã inundando de beleza a Avenida das Labaredas, onde ressoam alto os clarins pedindo passagem para os "Tenentes do Diabo". Numa triunfal aparição, é carregado em glória o Senhor das Profundezas, que uma vez por ano segue a comandar o soberbo desfile das Grandes Sociedades do Além-Túmulo. Nessa euforia aterradora, a ordem do Rei do Mundo Inferior é lavar a alma num irresistível transe coletivo, como se fosse o último Carnaval sobre a face das trevas. Mas sinto que é hora de partir, ainda que atraído pelas fogosas tentações espalhadas no caminho maligno que tanto me seduz. Sigo, então, a minha trajetória. Ainda há muito Carnaval para pular.
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"O Som da Cor" |
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Ouço um tom de pele. Vejo a música que embala. Me arrepio no toque da batida, saboreando o ritmo que dela exala. Sinto cheiro daquela gente sofrida, no brilho da voz que não cala. Esta é a saga daqueles que migraram forçosamente, para um já velho novo mundo. Após séculos no cativeiro, tingiram estas Américas e as fizeram crioulas. Gerações que se seguiram colheram os frutos desta musicalidade, semeada por seus ancestrais. Vozes e percussão revelando seus ritmos, no bater do pé e na palma da mão. Instrumentos inventados ou adquiridos de outras culturas. De início, navego milhas, nas ondas latinas, aportando nas Antilhas, como os hispânicos reinóis, seus descobridores. Entre chocalhos e maracas, o canto e a dança, ao som da habanera cubana. Do culto ao etíope monarca africano, nasce o movimento rastafári caribenho, disseminado pelo reggae jamaicano. Seguindo para o sul da colônia, conhecemos a cúmbia, "dança dos escravos" da Colômbia. No Uruguai, a dança com atabaques tem como candombe seu codinome. Bantos, de origem, seguem para a prateada Argentina, muitos partindo do Brasil. Embarcavam, levando em si uma cultura genuína, que, transportada em cada cargueiro, chega ao porto de Buenos Aires vinda do Rio de Janeiro. Assim nascem a milonga e o tango, seu irmão, que no dialeto banto quer dizer círculo, baile, tambor ou reunião. Além das coroas ibéricas, outros reinos colonizaram o continente; ingleses e depois seus colonos americanos, que se proclamaram independentes, disputaram com espanhóis e franceses novos territórios. E neles aportaram navios negreiros; a mão de obra escrava, nos brancos campos de algodão, era despejada. Proibidos de falar, cantavam. Cantando, dividiam dor, amor e cânticos de louvor. Blues, ou “azuis”, era referência às pessoas de pele negra e à melancolia nas plantações. Pai do jazz, que contém um banzo, uma saudade. Nova Orleans foi o berço. Os instrumentos das bandas marciais, uma vez abandonados, após a derrota dos sulistas na guerra civil, foram reaproveitados. Segregados, os irmãos de cor dedilhavam o teclado em igrejas para os fiéis. Restava-lhes pouco espaço, somente em bares, clubes e bordéis. Assim o “ritmo” vai dominando o suingue do compasso. Do boogie-woogie e do jump blues, nasce um novo gênero que, ao som de guitarras, pelo mundo inteiro, a juventude conquistou: “Aumenta que isso aí é rock'n roll”. Está na alma, está no soul! Na pista disco. No funk e no techno. Negro é rap, é hip hop. Ser negro é ser pop. Agora ouço, das terras brasileiras, histórias que a memória traz. Bantos, iorubás, jejes, minas e hauçás, sobrevivendo entre a dor e a gana, na ex-colônia lusitana, deram início a uma íntima relação entre música e fé. E ao seu culto chamaram “calundu”, e em seus “batuques” na mata aberta, nos cafundós do sertão, uma cultura se manifesta. “Se negro festeja, não conspira", diz o amo branco, que assim permitia. Na roda dos negros, virou lundu, uma dança sensual que, junto à fofa e ao fado, atravessou o Atlântico e conquistou Portugal. Este último se une aos cantos dos mouros, às cantigas dos trovadores, da saudade inerente dos marinheiros. Consolida-se como canção solista, inspirada na dança estilizada. Revela-se que o grande orgulho luso, ora pois, tem um pé na senzala. Nas ruas daqui, o toque da zabumba chama o povo para o festejo, ao relembrar a coroação do rei do congo num sincrético cortejo, das embaixadas da nobreza negra, sua corte e seus vassalos. A devoção da irmandade negra católica à padroeira dos escravos. Salve Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, salve São Benedito. Batem tambores, marimbas e ganzás, nas batidas de caxambus. Dos reisados, de Chico Rei coroado e dos maracatus. Festejando em louvação, simulam lutas nos autos negros que saúdam a Divina Senhora da Purificação. Na tradição nagô, o “candomblé de rua”, na cadência do ijexá com seus xequerês e agogôs, é representado pelo afoxé. E nos trios elétricos brincam ao ritmo do axé. Dos grandes mestres e batutas, choram flauta e cavaquinho. As modinhas, polcas, maxixes, pilares do meu carinhoso chorinho. E nos grandes encontros se fez o jongo, conhecido como caxambu e corimá. E o samba, que vem de "semba", a angolana "umbigada", mexe e remexe nos seus requebrados. Sincopado e malandreado. Vem exibir, com as palmas e a resposta, os seus passos e rebolados. Meu tamborim de bamba, valorizando a batucada. Com as bênçãos de Ciata e das "tias baianas", na Praça Onze e na Pedra do Sal, na Pequena África carioca. “Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros”, que a negritude tem a primazia. E é dessa cor que falo, que meus sentidos expressam, naquele que é considerado o maior espetáculo. Trazendo os matizes de cada pavilhão, a escola que o samba fez. E ao som das cores da Vila, que é Azul, Branca e Negra também, vem kizombar mais uma vez. |
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