rio de janeiro e suas belezas

rio de janeiro e suas belezas
I LOVE YOU RJ

terça-feira, 17 de novembro de 2015

SAMBA-ENREDO - GRANDE RIO - 2016



"Fui no Itororó beber água, não achei.
Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei..."


Autores: Márcio das Camisas, Mariano Araújo, Competência, Kaká e Dinho

Nesse mar de alegria, quero ver me segurar
A Grande Rio mandou chamar
Vem pra ciranda Ioiô... No Itororó vem Iaiá
Beber na fonte que me faz apaixonar
Lindo cenário de amor... Histórias pra se cantar
Santos... Maravilha de lugar (vou contar)
De além-mar chega o colonizador
O mercado prosperou no vai e vem (vai e vem)
O cheiro doce que o vento trouxe...
Encanta a Família Real
Nossa Senhora... Mãe poderosa...
Livrai essa Terra do mal
Veio gente de todo lugar pra somar
Liberdade, um grito ecoou ôôô
Nessa labuta tem aroma de café
É saboroso, todo mundo botou fé
Pode embarcar que o apito do bonde tocou
Pode embarcar que o progresso não pode parar


Vem mergulhar nessas ondas, sentir o prazer
Esporte é vida, lazer
Tá no gramado a paixão
Peixe o orgulho da 'Vila'
Celeiro do eterno campeão
Ê! Menino bom de bola
No destino deu olé (olé... olé)
O atleta consagrado... Majestade é nosso Rei Pelé
Cavaleiro da paz... Magia
Na corte tem Neymar... Ousadia e alegria
Pisa forte, Grande Rio, é pura emoção
Santos conquistou meu coração
Desembarquei no porto da felicidade
Quanta beleza pra curtir nessa cidade 

SAMBA-ENREDO - BEIJA-FLOR - 2016


"Mineirinho Genial! Nova Lima - Cidade Natal.
Marquês de Sapucaí - O Poeta Imortal!"


Autores: Marcelo Guimarães, Sidney de Pilares, Manolo, Jorginho Moreira, Kirraizinho e Diogo Rosa

Abriu-se a cortina do tempo
Emoldurando a história a Beija-Flor ôôô
De Nova Lima à poesia se fez
Na genialidade do marquês
Nasceu em Congonhas de Sabará
O mais puro ouro das Minas Gerais
Atravessou o mar, no afã de conquistar
Conhecimento em terras lusitanas
Brilhou aos olhos da lei,
Formou-se bacharel
Fiel à nação, enfim regressou
A saudade apertou
Ecoou um brado de resistência
Ao longe se ouviu a voz da Independência
Pelo Brasil, impera felicidade
Já raiou a liberdade
Um homem de real valor
Um vencedor na estrada da vida
Em seu legado a primasia
Na gratidão que herdaria
Poeta, músico, escritor
O mineirinho que o Rio imortalizou
Teu chão floresce a nobreza pro samba passar
Um templo sagrado a luz do luar
Apoteose de todo sambista
Artista! Herdeiro verdadeiro de Ciata
Que hoje te abraça aos pés da praça
Em mais um Carnaval
Sou Beija-Flor, na alegria ou na dor
A Deusa da Passarela é ela!
Primeira na história do Marquês
Que na Sapucaí é soberana
De fato, nilopolitana

SAMBA-ENREDO - UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR - 2016


"Olímpico por natureza. Todo mundo se encontra no Rio"


Autores: Marquinhos do Banjo, Cap. Barreto, Miguel, Roger Linhares, Paulo Guimarães, Dr. Robson, Jamiro Faria e Gugu das Cadongas

Vem chega mais perto, sente o meu calor
Bem-vindo à Ilha do Governador
Braços abertos, vou te ver chegar
Os deuses vêm abençoados
Pra terra onde o sol é mais dourado
É lindo o meu amanhecer
Águas... Que vão me banhar, serenas...
Descendo o caminho do mar
Vem nas minhas ondas mergulhar
Trilhar caminhos de rara beleza
Correr pros braços da Mãe Natureza
Poder voar no azul do infinito
Do alto sou ainda mais bonito
Ser carioca é tipo assim
Paixão, prazer, amor sem fim
Se misturar pela cidade
Compartilhar felicidade
Firma a batida na palma da mão
Os Jogos vão começar
Já somos todos irmãos
Os deuses querem ficar
E todo mundo cai no samba
Na ginga, no batuque e no compasso
Alô meu Rio, aquele abraço!
Medalha de ouro a nossa União
Bordada nos louros do meu pavilhão
A minha alegria encanta você
Meu maior desejo é vencer ou vencer
Ilha... Razão do meu viver

SAMBA-ENREDO - ESTÁCIO DE SÁ - 2016


"Salve Jorge! O Guerreiro na fé."


Autores: Édson Marinho, Adilson Alves, Jorge Xavier, André Félix, JB e Salviano

A pé eu vou
Empunhando a lança
Do Santo Guerreiro
Sou eu mais um filho de Jorge
Nesta legião herdeiro fiel
Vou seguir na missão
Na Capadócia nasceu, o menino lutou
Enfrentou desatino do imperador
O ser amado admirado
Invencível defensor
Estou vestindo com as armas de Jorge
Meus inimigos não vão me alcançar
Tu és bondade pelo mundo inteiro
Santo padroeiro igual não há
Rogar seus milagres em devoção
Fazer a criança virar um leão
Em proteção, orai ao glorioso Pai
Mesmo da lua por nós olhai
Amanheceu a alvorada anuncia
Divina alteza senhor da cavalaria
Prepare o feijão, ê baiana, põe tempero
Dá no couro, batuqueiro
Pra minha Estácio de Sá
Fazer da Avenida seu altar
Sou teu fiel seguidor, meu cavaleiro
Por dia mato um dragão, sou brasileiro
Estácio veste seu manto carregado de axé
Salve Jorge, guerreiro na fé

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Enredo da Escola de Samba Mangueira - 2016


"Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá"


Baila no vento a mistura perfumada de mel, pitanga e dendê. O morro desce a ladeira guiado pela filha de Oyá. Cavalga em búfalos de ouro e bronze sobre o raio de Iansã. O abebé de Oxum faz luzir o caminho que leva à passarela, e por isso, minha gente não teme quebranto. O alfanje erguido nos defende. O mal se esconde. Arruda, alfazema e guiné abrem os caminhos. As águas de cheiro perfumam o verde e o rosa. Os tambores de ketu derramam o axé no cortejo. Cortejo de santo, xirê de orixá. Seu canto é o brado que saúda quem faz da Avenida o terreiro. Pra quem chega, agô e saravá! O branco reluz. O opaxorô de Oxalufã firma nossos passos. Nele, apoio seguro: "XEU ÈPA BÀBÁ!"
Corações ao alto. Valei-me meu Senhor do Bonfim. Doces para os santos meninos. Os balaios erguidos levam as flores. Tal qual na Baixa do Sapateiro - quando o calendário marca o quarto dia de Dezembro - o "dengo" da baiana se embala no chacoalhar dos balangandãs. Salve Santa Bárbara! No peito, a guia de contas e o Rosário de Maria.

A voz de Bethânia ecoa. Voz ancestral, ventre de águas claras onde repousa o Brasil menino. Voz que é o Brasil matuto, caboclo e sertanejo. Pátria indígena onde Tupã reina. Voz que é solo africano, caroço de dendê, água de moringa, búzio de enfeitar trança nagô. Expressão do Brasil épico e dramático. Colorido feito o cetim que adorna quem brinca o reisado. Árido, como o barro seco. Grave como o voo sonoro do carcará, rapina do sertão, música inaugural, grito que se alastra desde o Opinião.
Mergulhada nas canções, Mangueira dá asas aos versos cantados, e, a partir deles, ergue a fantasia que é o pilar de seu carnaval. Prova do mel puro, doce e cristalino - néctar musical - da Abelha Rainha. Desfolha o velho livro. Declama a poesia, seleciona poetas, oferece os mais belos versos. Dá vez ao gesto, faz da folia teatro. Reconstrói o palco, solo sagrado onde a "bordadeira da canção" reina soberana.

O vento sopra a cortina de confetes e serpentinas, o Recôncavo deságua no Rio tal qual as águas que lavam os caminhos. Ao longe, a imagem de Nossa Senhora da Purificação. As vozes da novena; o frescor carregado de axé das águas das quartinhas; os pés que fazem a poeira subir junto à pele de ouro marrom. No cortejo - em louvor à filha de Santo Amaro - o "prato-e-faca" ditam o ritmo do samba de roda. Dia de festa, folia e vadiação. O puxador tira o verso. A flor de chita roça a pele mulata. O cavaco embala a massa, o pandeiro convoca os bambas.
O palco, a velha Avenida - de tantas homenagens, de tantos carnavais. Espetáculo que passa. Alegria que desfila. Festa de Momo, mambembe. Errante feito o circo que lhe encantou quando menina. Céu de lona que a folia ergue agora, palco circense que lhe dedicamos. Fina poesia onde o trapezista se equilibra. Delírio de Morfeu. Ilusão de carnaval. Sonho que finda nas cinzas, mas vive eterno, enquanto o verde e o rosa reinarem na colina.

P.S: Este enredo é uma "rosa sem espinhos" dedicada à Maria Bethânia. Voz que é o perfume do dendê. A joia encrustada na coroa do Rei. O coité, onde a canção é "macerada" tal qual folha bendita, e o sumo é a densa pasta verde que tinge a canção brasileira.

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E TEXTO: LEANDRO VIEIRA

Enredo da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense - 2016

"É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim...
– Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil"


INTRODUÇÃO


Embalada por violas enluaradas
e sanfonas arretadas,
a Imperatriz foi buscar inspiração
na Música Sertaneja
pra falar com o coração.
Sem fazer nenhum segredo,
pedimos a ela pra contar
a saga do nosso enredo,
escrito nas pontas dos dedos,
em cordas de dedilhar.

Meus senhores e senhoras,
venham pro meio dessa roda
e ajudem a versejar.
Nosso show começa agora,
e antes que a gente vá embora,
Mãe Sertaneja tem muito pra falar...

SINOPSE


1o SETOR: SONHO CAIPIRA

”Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...”


- DISPARADA (Jair Rodrigues; Autores: Geraldo Vandré e Theo Barros)
Vou abrir o coração
como se fosse a porteira
da fazenda onde nasci...
Canto as coisas de minha gente.
Gente sofrida,
esquecida nas lonjuras desse país.
Gente que trabalha, semeia, ponteia
e encontra na viola,
um caminho pra ser feliz.
Gente que tem raça, tropeça e levanta,
e ainda faz graça
quando abraça a sanfona,
embalando a vida que vem lá da raiz.
Vou falar de minhas andanças,
de partidas e cheganças.
Venho com as minhas crianças
e trago na mala muita esperança!
Chego com uma imensa saudade
das riquezas que deixei por lá:
da família reunida em casa,
do rádio em cima da mesa,
da santinha que brilha no altar,
do galo que anuncia a certeza
de um novo dia para se trabalhar.
Do alto da Serra Dourada,
a terra parece bordada
com girassois, soja, sorgo e trigo.
E uma banda de espantalhos
Toca desafinada, espantando o inimigo.
Os corvos fogem, em busca de abrigo
e vão se esconder nos canaviais,
onde moram as abelhas rainhas,
que reinam nesse verde-esperança
chamado Goiás.

2o SETOR: TERRA - SEMEANDO SONHOS
“E a colheita que encheu a tulha,
Da tulha o grão para a cidade vai.
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais...”
- A COLHEITA (Chitãozinho e Xororó; Autores: José Fortuna e Carlos Cezar)
Estamos celebrando a colheita
que nasceu em nossas mãos.
Plantamos grão por grão
e é por isso que acreditamos.
Que um sonho jamais será em vão.
É daí que vem a nossa união:
eles tocam, versam e eu canto
a nossa alegria!
Pura magia, doce encanto.
Pois “até o presidente come o que eu planto...” (*1)
Em cada plantação existe um segredo,
um pacto entre lavrador e semente,
do nascente ao poente.
O homem precisa de trabalho
para criar os seus filhos
e torná-los honrados,
dourados como a barba do milho.

3o SETOR: MÚSICA – MÃE SERTANEJA
Ponteio da viola, o hino brejeiro
O som brasileiro saudando a nação
Saúda o roceiro, que está na vanguarda
soldado sem farda, herói do sertão!
HINO SERTANEJO (Tonico e Tinoco)
Quando nasci,
ganhei uma sublime missão:
cantar o que o povo sente,
no compasso do coração.
Fiquei amiga das rimas,
das roças e vaquejadas,
ajudei a descrever
tanta terra abençoada
morte e vida severina
Entendi o amor das pessoas
e a ele sou submissa,
porque a vida é feita de sonhos,
ideais e compromissos.
Amarro as coisas mais simples,
com as cordas do violão.
Já falei de seca, luar do sertão;
já contei muitas histórias, cotidiano banal.
Sou matuta, sou caipira, um rio em curso natural.
Tem gente que não gosta, fala mal do que nem viu.
Mas quem critica o que eu canto,
não conhece o meu Brasil. (*2)

4o SETOR: FÉ E FOLCLORE - PIRENÓPOLIS
“Sou caipira, Pirapora, Nossa

Senhora de Aparecida

Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida”
ROMARIA (Renato Teixeira)

Diante do rei, da rainha e princesas,
cristãos e mouros
partem para o campo de batalha.
Nesta luta só existe uma certeza:
não haverá mortos nem feridos.
Ouviremos os estampidos
que anunciam a cavalhada.
Os mascarados fazem alarido,
trazendo muita gente encantada.
O divino Espírito Santo
Chegô aqui nesta morada
Veio guiando a bandeira
Na poeira das estrada
Veio trazer sua bença
Por nóis muito esperada
- DIVINO ESPIRITO SANTO (Inezita Barroso; Autores: Carlos Piavani, Canhoto, Torrinha e Antônio Boaventura)
Vem gente de toda parte,
pagando promessas de toda sorte,
desde os que brilham nas artes
aos que escaparam da morte.
Carregam cruzes, objetos de cera
e se misturam aos que cantam na feira,
corando beatas, bulindo mulatas,
embalando os carreiros
que vêm de longe, tocando a boiada.
A fé se multiplica numa irmandade de santos,
acalentados por Maria e o sagrado manto.
E lá vamos nós, pé ante pé,
numa interminável romaria,
que se espicha pela estrada
em busca de uma estrela guia.

5o SETOR: FILHOS DE FRANCISCO... E HELENA
“Nesta longa estrada da vida
Vou correndo não posso parar
Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar...”
- ESTRADA DA VIDA (Milionário e José Rico)
Todos querem conhecer a cidade
onde nasceram os filhos de Francisco.
Não o santo, mas o caipira
que acreditava num sonho de verdade.
Deu sanfona pro mais velho
e uma viola ao irmão,
rogando a Deus que tivessem o dom
de encantar a multidão
cantando as modas do sertão...
Estrearam num caminhão,
depois na praça e na estação.
Percorreram vilas e vilarejos.
Mas como bons sertanejos
se nada tinham nos bolsos
guardavam a família no coração.
“Eu bem queria continuar ali
Mas o destino quis me contrariar
E o olhar de minha mãe na porta
Eu deixei chorando a me abençoar...”
- O DIA EM QUE EU SAÍ DE CASA (Zezé Di Camargo e Luciano)
Longe de casa, enganando a dor,
foram em busca da felicidade
na terra do progresso,
onde só vence quem é doutor.
Os dois filhos de Francisco
superaram sacrifícios
com justiça e autoridade.
Conquistaram o sucesso
e venceram com louvor!

6o SETOR: OS FILHOS DO BRASIL
O Maior Espetáculo da Terra
abre portas e cortinas,
mostrando a saga sertaneja
como aqui nunca se viu.

Vamos dar Flores em Vida
a duas estrelas tão queridas,
que iluminam o caminho
dos novos Filhos do Brasil!

E quando me perguntam:
Como é que eles conseguiram tudo isso, minha senhora?
Quem foi que os abençoou?
Ponteio na viola
e tiro a voz lá do fundo,
cantando pra todo mundo:
Foi Deus, Nosso Senhor....
Porque Deus... é o Amor.
“É o Amor...
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver...
- É O AMOR (Zezé Di Camargo)

Pesquisa, Roteiro e Desenvolvimento:
Cahê Rodrigues, Marta Queiroz e Cláudio Vieira

Em homenagem à Música Sertaneja,
criada, composta e cantada pelos Filhos do Brasil.

(*1) – Verso extraído de “O Lavrador” (Nando Reis)
(*2) – Os versos do 3o Setor (Música-Mãe Sertaneja) foram adaptados da letra de “A Minha História”, de Zezé Di Camargo

Enredo da Escola de Samba Portela - 2016


"No vôo da Águia, uma viagem sem fim"


RESUMO

O voo da Águia da Portela, em 2016, nos conduzirá a lugares distantes, uma viagem sem fim que atravessa a história da humanidade. Desde a Antiguidade, as viagens se tornaram uma prática constante pela expansão de fronteiras, por conquistar novos horizontes e fortunas, adquirir conhecimento. Movem mundos e mapas, trilhas e destinos. Inspiram fantasias e trajetórias. Realidade e imaginação se provocam, se misturam em rotas e roteiros fascinantes. Invadem terras e textos. Viajantes em busca de novas paisagens, de aventuras e de riquezas, de planetas ainda inexplorados, talvez inexistentes, descrevem em seus relatos os lugares que desenharam em seus mapas. Eles orientam o mundo através de narrativas que atravessam o tempo e chegam até nós para que possamos saber o que encontraram e como superaram todos os perigos e obstáculos. Os livros contam histórias reais que nos parecem inacreditáveis e mostram um universo de fantasia que pode ser vivido como realidade.

O homem é um ser inquieto. Deseja, busca, vence desafios que encontra em seu caminho e nunca desiste. Inventa e se reinventa para percorrer grandes distâncias, romper fronteiras, ganhar o mundo. É capaz de criar um mundo virtual para navegar e chegar a todos os cantos do planeta sem sair do lugar. Esse desejo de buscar o que não está ao alcance de sua mão faz do homem um viajante que vive uma procura interminável. Avançar, descobrir, ir em frente, continuar. Para viajar, basta existir. A viagem não acaba nunca. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra.
O DESFILE
ABERTURA
Nas asas da Águia, estão a força e a coragem para embarcar nessa viagem sem fim. Símbolo de liberdade, de nobreza e de sabedoria, ela é a rainha dos céus. Seu voo é de magia e de beleza, encanto que nos leva à emoção do tempo da mitologia grega, onde homens invencíveis desafiavam deuses. O poema Odisseia, de Homero, é conhecido por ser a obra fundadora das narrativas de viagem. Odisseu, ao voltar da Guerra de Tróia, viaja por 20 anos para retornar a sua casa, na Ilha de Ítaca. Amaldiçoado por Poseidon, o bravo guerreiro enfrenta tormentas e adversidades que, por vingança, a ele lança o deus dos mares. Nos versos finais do poema, Ulisses, como ficou conhecido esse herói entre os romanos, é comparado à águia rasgando as nuvens ao perseguir seus inimigos.
O pássaro também está presente em mais uma viagem marcante, que está descrita na Bíblia: a Travessia do Mar Vermelho em busca da Terra Prometida. Na chegada de Moisés ao Monte Sinai, Deus lhe diz: "Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim.".
E a Águia também nos conduzirá na viagem da Portela. Ela que "desperta sua ninhada, paira sobre seus filhotes e, em seguida, estende as asas para apanhá-los, carregando-os sobre elas", nos guiará na Avenida.
Segurem o mapa da história e realizem o seu desejo mais vital, a Portela vai voar, é Carnaval!
MAR ADENTRO, MUNDO AFORA
O voo da Águia nos leva aos caminhos de quem atravessou continentes com seus barcos, galeras, caravelas! Seguem, agora, os navegantes de diferentes povos que rasgaram os sete mares desenhando mapas! O vento sopra em suas velas e o céu lhes serve como guia para vencer a escuridão e chegar a terras distantes. Os corajosos comandantes superam o perigo e o desconhecido para nos mostrar a rota mais segura. Se lançam mar adentro, descobrem o mundo afora e deixam para a história o relato de suas viagens. Por mares nunca d'antes navegados, nem mesmo o mais terrível monstro imaginado impede que continuem vencendo águas violentas, a quem entregam o barco e a própria vida.
VIAGENS IMAGINÁRIAS
O sonho de pássaro é livre e surpreendente! Revela lugares fantásticos e misteriosos, de onde surgem viagens eternas e envolventes, frutos da criação humana. São histórias extraordinárias de tirar o fôlego, que nos levam a viajar no tempo, ao fundo do mar ou a uma incrível jornada nas estrelas. Tudo pode acontecer com os personagens desse mundo de sonho e de magia, que prende a atenção e liberta a fantasia.
VIAGENS EXTREMAS
Mas existem aqueles que preferem sentir na própria pele a emoção da aventura. Gostam do prazer de correr riscos, alcançar terras inexploradas. Valentes viajantes levantam a poeira do deserto, enfrentam a selva, entram em florestas sombrias, exploram as geleiras, entregam o corpo a condições hostis para a sobrevivência. E, se nada mais os seduzir, quem sabe não queiram atingir planetas distantes e deixar pegadas em lugares onde ninguém jamais pisou. A viagem mais extrema está na incerteza de regressar ao ponto de partida.
EM BUSCA DE MUNDOS PERDIDOS
Enquanto alguns se aventuram por outras terras, rumo ao futuro, há aqueles que tentam decifrar os sinais deixados pelos que aqui viveram muito tempo atrás. Quem procura por vestígios do passado segue uma interminável trajetória na busca por respostas. Arqueólogos pesquisam restos e ruínas de civilizações encobertas pelo tempo. Paleontólogos encontram seres pré-históricos que impressionam quando pensamos que habitaram a Terra. Atentos, esses cientistas investigam marcas e sinais, desvendam culturas e costumes. E vão mais longe, em seus estudos, para saber quem vivia no planeta antes de nós. Percorrem trilhas e pistas de mundos perdidos que ficaram pelo caminho.
O MAPA DA MINA - EM BUSCA DE RIQUEZAS
E tantas outras trajetórias revelaram tesouros que fizeram muitas fortunas, em nome da ambição e da cobiça. A maciez das sedas, o perfume dos incensos, o gosto das especiarias, delícias pelas quais pagaram reis e rainhas. E o ouro e a prata que adornaram pescoços e altares? Quem trazia? Que mundos exploraram e para onde rumaram em busca de riquezas? As grandes rotas comerciais do passado foram responsáveis pelas trocas de produtos e culturas. Abriram caminhos por terra e por mar. Exploraram tesouros de povos do outro lado do mundo e saciaram desejos de impérios. É preciso percorrer essas rotas para, quem sabe, descobrir o mapa da mina.
EU NÃO SOU DAQUI, EU NÃO SOU DE LÁ
Muitas são as formas de viajar criadas pelo homem, para navegar em todas as dimensões: na realidade, no imaginário, no mundo virtual. E não faltarão roteiros, enredos, lugares, estradas e ferrovias enquanto essa busca durar.
Hoje, com um toque apenas, é possível fazer muitas viagens: abrir janelas, percorrer milhares de quilômetros em segundos e descobrir mares, países. se perder. Consultar a história e o poema, assistir ao vídeo e ao espetáculo. Diante dos olhos dos internautas, o virtual vira real, em sons, cores e movimentos. É possível voltar, avançar, procurar. pessoas, coisas e locais. Digitar perguntas, descobrir respostas, encontrar lugares, ser viajante, ser águia: livre, ágil, confiante. E ao final da travessia, escolher mais um destino e recomeçar. E a Portela tão bonita vai voando na Avenida para o carnaval conquistar!
Isabel Azevedo
Simone Martins
Ana Paula Trindade
Paulo Barros

Enredo da Escola de Samba São Clemente - 2016


"Mais de mil palhaços no salão"



Tanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão....
Não me leve a mal,
Hoje é carnaval!
Zé Keti
Na época medieval, os Mistérios e as Paixões (representações religiosas realizadas no interior da igrejas) podem ser vistos como a materialização da relação do homem com o riso. Se por um lado havia o sagrado inabalável, por outro tinha-se a leveza da vida comum – e as formas de expressão dessa alegria localizavam-se no polo oposto ao sagrado. A alegria representava, assim, na vida do povo, o terreno e o material, o grotesco, que era uma das formas de expressão dessa alegria, associada ao vulgar e à vida secular.
Uma figura que encarnava por excelência os motivos do grotesco popular medieval era o Diabo, por ser diametralmente oposto à Divindade. No carnaval, o diabo é festivo - representando a glutonaria e a licenciosidade – o que fica expresso em sua representação – metade homem, metade animal – e em sua presença constante como figura burlesca. Foram tantas as diabruras, que faziam a plateia rir muito, que as representações medievais foram transferidas para o exterior das igrejas, tal a irreverência provocada por este senhor diabo.
Ainda durante a Idade Média, onde houvesse um poderoso, conde, barão, príncipe... haveria pelo menos um bobo da corte para divertir o senhor e seus convidados. Na cabeça, o bobo usava um chapéu com pontas e guizos, a roupa era colorida – geralmente verde e amarela. O verde representava a cor dos chapéus dos devedores e dos condenados a trabalhos forçados; o amarelo, a cor da traição e dos lacaios.
Quando os Milagres e Mistérios saíram do interior das igrejas, os artistas que circulavam solitários pelas cortes e castelos passaram a se encontrar nas feiras em torno dos feudos, e foram criadas verdadeiras companhias de saltimbancos. Apresentavam espetáculos em que misturavam representação teatral, acrobacias, dança na corda e etc.
As feiras viram ponto de encontro de artistas de todas as artes e habilidades – dançarinos de corda, volantins, malabaristas, jograis, trovadores, adestradores de animais, pelotiqueiros, músicos, domadores de ursos, dançarinos, prestidigitadores, bonequeiros e acrobatas.
Os espetáculos dos Mistérios e Moralidades incorporaram mais um personagem cômico: o rústico. Até mais ou menos 1500, a comicidade desse tipo de espetáculo estava a cargo do Diabo e do Vice. O Vice era um camponês velhaco, canalha, fanfarrão, covarde e representava todas as fraquezas humanas. Por algum motivo, ele acabava se deparando com o Diabo, sempre acompanhado por um séquito de pequenos demônios e metido em situações cômicas, que o transformavam em figura ridícula. Aparece então a palavra clown, para designar o rústico. E ele passou a ser um tipo com características bem definidas. Continuava um grosseirão, meio caipira, mas ganhou esperteza, sua linguagem evoluiu, adorava palavras difíceis.
Em 1768, o sargento inglês Philip Astley construiu um anfiteatro ao ar livre, onde pela manhã dava aulas de equitação e apresentava espetáculos equestres. Foi ele quem teve a ideia que iria revolucionar o mundo dos espetáculos – num picadeiro de 13 mts de diâmetro, mesclou exercícios equestres com proezas dos artistas de feira.
O espetáculo, baseado na disciplina militar e na valorização da destreza e do perigo, deixava a platéia muito tensa, era preciso que o espectador tivesse momentos de relaxamento. É aí que surge o palhaço do circo. O clown, o campônio de quem os artistas intinerantes sempre gostaram de caçoar, veio a ser o protótipo do bufão do circo.
Esse novo tipo de espetáculo logo se espalhou pela Europa e pelas Américas. Os primeiros palhaços: os pioneiros do circo moderno foram a princípio o palhaço a cavalo e o palhaço de cena.
A cara branca tradicional, feita com farinha, ou a preta, com carvão, surgiu primeiro na França, com o trio cômico que fazia cenas em que representavam padeiros, que terminavam sempre com a cara enfarinhada, jogando farinha uns nos outros.
Na França, o clown equestre era chamado de paillasse – inspirado no Pagliaccio da Comedia dell’arte. Os palhaços se dividem em dois tipos – o branco e o augusto. O branco é mais elegante, de roupas bordadas; o augusto representa quase sempre um vagabundo, com roupas enormes, inclusive os sapatos, nariz vermelho e boca acentuadamente grande.
O palhaço brasileiro foi criado nas festas do Brasil colônia. Eis a descrição de uma dessas festas – “No domingo – palhaçadas! Saíram duas companhias de gente mascarada e vestidas ao gracioso burlesco”. Todos se divertiam como palhaços, brincando pelas ruas da cidade.
Não podemos esquecer os ciganos que, na Vila Rica de Ouro Preto, realizavam comédias, bailes, máscaras e etc..
No Rio de Janeiro do século XIX, existiam casas de espetáculos com atividades dedicadas quase que exclusivamente aos shows circenses.
As festas populares também tinham seus palhaços – como a folia de reis, pastoris, bois-bumbás e sobretudo a do Festa do Divino.
E assim, pouco a pouco, começava a ser desenhado o jeito brasileiro de brincar.
Os palhaços cantavam a chula, cantigas entre as mais conhecidas, de versos cantados até hoje:
O raia o sol, suspende a lua,
Olha o palhaço no meio da rua
E o palhaço, o que é?
É ladrão de mulher!
A diferença do palhaço europeu do brasileiro é que o nosso não só dialogava mas também cantava! E cantavam eles muito bem... José Ramos Tinhorão, em seu livro, observa que os primeiros cantores a gravarem discos no Brasil foram os palhaços de circo. Bahiano teve a honra de ser o intérprete do primeiro samba gravado no Brasil : Pelo telefone, de Donga.
O Brasil teve grandes palhaços, que não podemos deixar de mencionar e a quem devemos apresentar nossos cumprimentos – Polydoro , cujo nome era inspirado no General Polydoro Quintanilha Jordão; Alcebiades Pereira – que era também exímio acrobata; Benjamim de Oliveira – o primeiro palhaço negro – exibia-se no circo Spinelli - era negro mas pintava a cara de branco, como faziam os palhaços. Se Bahiano gravou o primeiro samba, Benjamim participou do primeiro filme – baseado no Guarani de José de Alencar – ele foi o Peri.
Rosa Magalhães
CARNAVALESCA

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Nova oportunidade a pessoas interessadas na COMPRA DE FRISAS - Carnaval 2016



LIESA dá nova oportunidade a pessoas

interessadas na compra de frisas 
04/11/2015
Pessoas interessadas na compra de ingressos de frisas para os desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial no Domingo de Carnaval, 07 de fevereiro; Segunda-feira de Carnaval, 08 de fevereiro; e no Sábado das Campeãs, 13 de fevereiro, que enviaram fax com o pedido de reserva e não foram contempladas na primeira chamada terão uma nova oportunidade para a aquisição desses ingressos.
A LIESA estará disponibilizando, a partir desta quinta-feira, dia 05 de novembro, aproximadamente 180 frisas de seis lugares das filas C e D, para os desfiles de Domingo e Segunda-feira, localizadas nos setores 02, 04, 05, 06, 08, 10 e 11, com preços variando entre R$ 4.500,00 e R$ 6.100,00. Os interessados que não fizeram a solicitação no prazo fixado anteriormente, também estarão habilitados à compra.
Os ingressos remanescentes foram reservados na convocação pública realizada no dia 02 de outubro, através de pedidos encaminhados por fax, porém as pessoas habilitadas à compra não quitaram no prazo amplamente divulgado por meio da imprensa.
Agora, os ingressos podem ser adquiridos diretamente no balcão da Central de Atendimento e Vendas, na Rua da Alfândega, 25, lojas B e C, no Centro do Rio, durante o expediente bancário. O pagamento é à vista.
Pessoas de outros Estados poderão adquirir estas frisas através do telefone da Central de Atendimento e Vendas, no horário de 10h às 16h, ligando para (21) 2233-8151.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Enredo da Escola de Samba Salgueiro - 2016

"A Ópera dos Malandros"


Eis… o malandro “no palco” outra vez.
Vem chegando assim de viés,
Sambando miudinho, dizendo no pé!
Pisa suave, riscando no asfalto os passos de uma ópera bem carioca.
Uma obra em seis atos, embalada por um samba em homenagem
à nata da malandragem.
Por isso, se segura, malandro!!
Vem aí…
SALGUEIRO 2016

A ÓPERA DOS MALANDROS
Malandro…
É o tipo que entra faceiro na roda, abre o jogo e fecha com os seus.
É o Rei da Ginga, Rei da Noite, o Barão da Ralé!
Sagaz, invoca os personagens de um Rio lírico, nesta ópera tão pomposa
que só um malandro poderia sonhar.
(Ou tão ordinária que qualquer mendigo poderia pagar).

Malandro…
Vai flanando triunfal por entre deuses e meretrizes, rainhas e monarcas…
Delirantes fidalgos desta magnífica ópera das ruas.
É aquele que faz das calçadas o palco das ilusões.
Atento, não dorme no ponto nem cochila na linha.
E só baixa a guarda quando o sol dá o ar de sua graça.

Malandro…
É o mestre-sala das alcovas.
O bailarino dos salões, o cavaleiro errante dos morros cariocas.
Atua nas madrugadas, caminhando na ponta dos pés, como quem pisa nos corações.
À luz do abajour, ama a todas que quiser.
Das muchachas de Copacabana às mimosas da Praça Tiradentes.

Malandro…
Dono deum jeito manso que é só seu de aparar os dilemas da vida no fio da navalha.
É o sujeito cordial que desfila macio entre dados, cartas e roletas.
É o rei de todos os naipes num carteado de damas, valetes e coringas.
Aquele que, mesmo quando o jogo vira contra, nunca joga a toalha.
Porque é o filho gerado no ventre da sorte, a imperatriz do mundo!

Malandro…
É o pensador dos botequins, filósofo das mesas de bar!
O dono de um mundo que aprendeu a domar.
Poeta, comanda o cortejo na cadência bonita do samba vadio
que o luar lhe emprestou.

Malandro…
Um homem de fé, que fecha o corpo e abre os caminhos ao próprio destino.
Que não foge à luta e que pede a paz!
Entidade saudada em mojibás, laroiês e saravás.
É aquele que entra na gira pra fazer o mundo girar.
Que guia a roda na palma da mão para sua gente ir adiante.
É o dono da rua que vive na alma de cada carioca da gema,
povo que “TRABALHA PACA”!!
Que vai pro batente de todo dia chacoalhando guias e cordões no trem da Central.

Malandro…
Astro maior desta ópera
Que segue rumo ao ato derradeiro.

E quando a luz se apagar…
A orquestra silenciar…
A poeira assentar no chão…
A plateia, de pé, em delírio…
Bate palma e pede bis!
Pois, a cada carnaval, ele renasce no coração de todo bamba.
Afinal, malandro que é malandro nunca sai de cena…
Vira samba!

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage
Enredo: Diretoria Cultural G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro 


Enredo livremente inspirado na
obra “A Ópera do Malandro” de
Chico Buarque de Hollanda.

Setores:
1º Ato (Abertura): A NATA DA MALANDRAGEM
2º Ato: A ÓPERA CARIOCA
3º Ato: … PRA SE VIVER DE AMOR
4º Ato: ENTRE DADOS, CARTAS E ROLETAS
5º Ato: FILOSOFIA DA MALANDRAGEM
6º Ato: APOTEOSE AO MALANDRO DE FÉ E DE PAZ

Enredo da Escola de Samba Vila Isabel - 2016

"Memórias de Pai Arraia. Um sonho pernambucano, um legado brasileiro"

Lembro, quando menino,
de ver o flagelo de perto, na minha terra natal.
A miséria batia à minha porta:
um povo sofrido me estendia as mãos, como pedinte.
Eram filhos da seca vindos dos áridos sertões,
que deixaram pelo caminho suas esperanças.

Anos se passaram e, já nos braços do povo,
fui conduzido a assumir a responsabilidade
de dar a ele voz e dignidade.
Na periferia de Recife, paisagens desoladas.
A pobreza mora na lama, nos mangues,
se equilibrando em palafitas.

No meu tempo, agi como um juiz,
numa questão em meio aos canaviais.
Para inverter as injustiças,
promovi o "Acordo do campo",
numa época em que era preciso "Reformar".
Por tais ações, tive daquela gente
comovente gratidão.
Buscavam em mim, mais que um amigo,
mais que um irmão,
e deram-me a alcunha de "Pai Arraia",
como gesto de candura e devoção.

Lembro dos ensinamentos de Paulo Freire
e da fé de D. Helder Câmara.
Com o apoio dos queridos amigos,
educadores, artistas, e intelectuais,
surgiu um grande "Movimento", o MCP,
para despertar as massas,
que pela educação iriam se libertar.

Valorizando a cultura e mantendo as tradições,
todas as artes se apresentaram nas praças,
congraçando as classes.

Hoje seus cantos e danças "fervem"
e tomarão a Passarela do Samba,
com batuques soltos e sonoros,
com maracatus de baques soltos e virados,
nesta festa popular.

Mesmo não estando entre vós,
deixo minhas lembranças e o meu legado,
no ano do meu centenário,
num carnaval de sonho, com a Vila a comemorar.
Texto de Alex de Souza e Martinho da Vila.

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