rio de janeiro e suas belezas

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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Enredo da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense - 2016

"É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim...
– Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil"


INTRODUÇÃO


Embalada por violas enluaradas
e sanfonas arretadas,
a Imperatriz foi buscar inspiração
na Música Sertaneja
pra falar com o coração.
Sem fazer nenhum segredo,
pedimos a ela pra contar
a saga do nosso enredo,
escrito nas pontas dos dedos,
em cordas de dedilhar.

Meus senhores e senhoras,
venham pro meio dessa roda
e ajudem a versejar.
Nosso show começa agora,
e antes que a gente vá embora,
Mãe Sertaneja tem muito pra falar...

SINOPSE


1o SETOR: SONHO CAIPIRA

”Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...”


- DISPARADA (Jair Rodrigues; Autores: Geraldo Vandré e Theo Barros)
Vou abrir o coração
como se fosse a porteira
da fazenda onde nasci...
Canto as coisas de minha gente.
Gente sofrida,
esquecida nas lonjuras desse país.
Gente que trabalha, semeia, ponteia
e encontra na viola,
um caminho pra ser feliz.
Gente que tem raça, tropeça e levanta,
e ainda faz graça
quando abraça a sanfona,
embalando a vida que vem lá da raiz.
Vou falar de minhas andanças,
de partidas e cheganças.
Venho com as minhas crianças
e trago na mala muita esperança!
Chego com uma imensa saudade
das riquezas que deixei por lá:
da família reunida em casa,
do rádio em cima da mesa,
da santinha que brilha no altar,
do galo que anuncia a certeza
de um novo dia para se trabalhar.
Do alto da Serra Dourada,
a terra parece bordada
com girassois, soja, sorgo e trigo.
E uma banda de espantalhos
Toca desafinada, espantando o inimigo.
Os corvos fogem, em busca de abrigo
e vão se esconder nos canaviais,
onde moram as abelhas rainhas,
que reinam nesse verde-esperança
chamado Goiás.

2o SETOR: TERRA - SEMEANDO SONHOS
“E a colheita que encheu a tulha,
Da tulha o grão para a cidade vai.
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais...”
- A COLHEITA (Chitãozinho e Xororó; Autores: José Fortuna e Carlos Cezar)
Estamos celebrando a colheita
que nasceu em nossas mãos.
Plantamos grão por grão
e é por isso que acreditamos.
Que um sonho jamais será em vão.
É daí que vem a nossa união:
eles tocam, versam e eu canto
a nossa alegria!
Pura magia, doce encanto.
Pois “até o presidente come o que eu planto...” (*1)
Em cada plantação existe um segredo,
um pacto entre lavrador e semente,
do nascente ao poente.
O homem precisa de trabalho
para criar os seus filhos
e torná-los honrados,
dourados como a barba do milho.

3o SETOR: MÚSICA – MÃE SERTANEJA
Ponteio da viola, o hino brejeiro
O som brasileiro saudando a nação
Saúda o roceiro, que está na vanguarda
soldado sem farda, herói do sertão!
HINO SERTANEJO (Tonico e Tinoco)
Quando nasci,
ganhei uma sublime missão:
cantar o que o povo sente,
no compasso do coração.
Fiquei amiga das rimas,
das roças e vaquejadas,
ajudei a descrever
tanta terra abençoada
morte e vida severina
Entendi o amor das pessoas
e a ele sou submissa,
porque a vida é feita de sonhos,
ideais e compromissos.
Amarro as coisas mais simples,
com as cordas do violão.
Já falei de seca, luar do sertão;
já contei muitas histórias, cotidiano banal.
Sou matuta, sou caipira, um rio em curso natural.
Tem gente que não gosta, fala mal do que nem viu.
Mas quem critica o que eu canto,
não conhece o meu Brasil. (*2)

4o SETOR: FÉ E FOLCLORE - PIRENÓPOLIS
“Sou caipira, Pirapora, Nossa

Senhora de Aparecida

Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida”
ROMARIA (Renato Teixeira)

Diante do rei, da rainha e princesas,
cristãos e mouros
partem para o campo de batalha.
Nesta luta só existe uma certeza:
não haverá mortos nem feridos.
Ouviremos os estampidos
que anunciam a cavalhada.
Os mascarados fazem alarido,
trazendo muita gente encantada.
O divino Espírito Santo
Chegô aqui nesta morada
Veio guiando a bandeira
Na poeira das estrada
Veio trazer sua bença
Por nóis muito esperada
- DIVINO ESPIRITO SANTO (Inezita Barroso; Autores: Carlos Piavani, Canhoto, Torrinha e Antônio Boaventura)
Vem gente de toda parte,
pagando promessas de toda sorte,
desde os que brilham nas artes
aos que escaparam da morte.
Carregam cruzes, objetos de cera
e se misturam aos que cantam na feira,
corando beatas, bulindo mulatas,
embalando os carreiros
que vêm de longe, tocando a boiada.
A fé se multiplica numa irmandade de santos,
acalentados por Maria e o sagrado manto.
E lá vamos nós, pé ante pé,
numa interminável romaria,
que se espicha pela estrada
em busca de uma estrela guia.

5o SETOR: FILHOS DE FRANCISCO... E HELENA
“Nesta longa estrada da vida
Vou correndo não posso parar
Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar...”
- ESTRADA DA VIDA (Milionário e José Rico)
Todos querem conhecer a cidade
onde nasceram os filhos de Francisco.
Não o santo, mas o caipira
que acreditava num sonho de verdade.
Deu sanfona pro mais velho
e uma viola ao irmão,
rogando a Deus que tivessem o dom
de encantar a multidão
cantando as modas do sertão...
Estrearam num caminhão,
depois na praça e na estação.
Percorreram vilas e vilarejos.
Mas como bons sertanejos
se nada tinham nos bolsos
guardavam a família no coração.
“Eu bem queria continuar ali
Mas o destino quis me contrariar
E o olhar de minha mãe na porta
Eu deixei chorando a me abençoar...”
- O DIA EM QUE EU SAÍ DE CASA (Zezé Di Camargo e Luciano)
Longe de casa, enganando a dor,
foram em busca da felicidade
na terra do progresso,
onde só vence quem é doutor.
Os dois filhos de Francisco
superaram sacrifícios
com justiça e autoridade.
Conquistaram o sucesso
e venceram com louvor!

6o SETOR: OS FILHOS DO BRASIL
O Maior Espetáculo da Terra
abre portas e cortinas,
mostrando a saga sertaneja
como aqui nunca se viu.

Vamos dar Flores em Vida
a duas estrelas tão queridas,
que iluminam o caminho
dos novos Filhos do Brasil!

E quando me perguntam:
Como é que eles conseguiram tudo isso, minha senhora?
Quem foi que os abençoou?
Ponteio na viola
e tiro a voz lá do fundo,
cantando pra todo mundo:
Foi Deus, Nosso Senhor....
Porque Deus... é o Amor.
“É o Amor...
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver...
- É O AMOR (Zezé Di Camargo)

Pesquisa, Roteiro e Desenvolvimento:
Cahê Rodrigues, Marta Queiroz e Cláudio Vieira

Em homenagem à Música Sertaneja,
criada, composta e cantada pelos Filhos do Brasil.

(*1) – Verso extraído de “O Lavrador” (Nando Reis)
(*2) – Os versos do 3o Setor (Música-Mãe Sertaneja) foram adaptados da letra de “A Minha História”, de Zezé Di Camargo

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