rio de janeiro e suas belezas

rio de janeiro e suas belezas
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terça-feira, 17 de novembro de 2015

SAMBA-ENREDO - SÃO CLEMENTE - 2016


"Mais de mil palhaços no salão"


Autores: Rodrigo Índio, Alexandre Araújo, Fabio Rossi, Vinícius Nagem, Amado Osman, Armando Daltro, Rodrigo Telles e Davi Costa.

Que confusão, meu Deus do céu!
Foi travessura dos diabos
O bobo irreverente do reino fez piada
A corte encantada aplaudiu
Na feira, em cena a arte
O céu de estrelas ilumina o chão
Espalha por todas as partes
Sorrisos pela multidão
Fascina meninos de qualquer idade
Suspense! O show começou!
Montado na felicidade, surge o palhaço!
O circo chegou!
Alô, alô! Alô criançada, vai ter palhaçada
Quero ver você feliz…
Dou cambalhota, pirueta! Se chorar, faço careta
Bravo! A platéia pede bis!
Tá certo ou não tá? Eu vou gargalhar
Oh! Quanta alegria!
Divino dom do riso é carnaval
Na festa dos "reis da folia"
A cara branca, o pastelão!
Cara-pintada, voz de uma nação
Sou saltimbanco brasileiro,
Me equilibro o ano inteiro
Tem marmelada e "faz-me-rir"
Acorda! Esquece a tristeza e vem cantar
"Pelo Telefone" mandaram avisar
O palhaço o que é?
É ladrão de mulher!
Mas tem samba no pé
O palhaço o que é?
É doce ilusão
Sonho de criança, pura emoção
De preto e amarelo pintou meu amor!
Hoje tem São Clemente? Tem, sim senhor!
(o palhaço o que é?)

SAMBA-ENREDO - ACADÊMICOS DO SALGUEIRO - 2016


"A Ópera dos Malandros"


Autores: Marcelo Motta, Fred Camacho, Guinga, Getúlio Coelho, Ricardo Fernandes e Francisco Aquino

Laroiê, mojuobá, axé!
Salve o povo de fé, me dê licença!
Eu sou da rua e a lua me chamou
Refletida em meu chapéu
O rei da noite eu sou
Num palco sob as estrelas
De linho branco vou me apresentar
Malandro descendo a ladeira... Ê, Zé!
Da ginga e do bicolor no pé
"Pra se viver do amor" pelas calçadas
Um mestre-sala das madrugadas
Ê, filho da sorte eu sou
Vento sopra a meu favor
Gira sorte, gira mundo, malandro deixa girar
Quem dá as cartas sou eu, pode apostar!
O samba vadio, meu povo a cantar
Dia a dia, bar em bar
Eis minha filosofia
Nos braços da boemia, me deixo levar...
Eu vou por becos e vielas
Eu sou o barão das favelas
Quem me protege não dorme
Meu santo é forte, é quem me guia
Na luta de cada manhã, um mensageiro da paz
De larôs e saravás!
É que eu sou malandro, batuqueiro
Cria lá do morro do Salgueiro
Se não acredita, bate de frente pra ver
O couro vai comer!

SAMBA-ENREDO - VILA ISABEL - 2016


"Memórias de Pai Arraia. Um sonho pernambucano, um legado brasileiro"


Autores: Martinho da Vila, André Diniz, Mart' Nália, Arlindo Cruz e Leonel

Meus olhos ficavam rasos d'água
A seca minha alma castigava
O sol queimava e rachava o chão
Os carcarás pousavam no sertão
Cresci sonhando renovar os sonhos
Revitalizar a vida
Que se equilibra sobre a palafita
Dar pra gente mais sofrida dignidade e amor
Pra essa gente aguerrida, dignidade, amor
Acordei o campo para um novo dia
Com o futuro santo, lindos ideais
Acordei o campo pra haver justiça
Flora esperança nos canaviais
Carinhosamente... Pai Arraia
No lugar onde arrecifes desenham a praia
Acolhi um movimento, real solução
Mais do que alento, a cura dos ais
Liberdade se conquista com educação
Juntando artistas e intelectuais
Pra fazer a cartilha no cordel
Ensinar do ABC à profissão e buscar na arte a inspiração
Tão bom cantarolar, me emocionar, estar aqui
Pra ver na Avenida
O valor da verdadeira Vila
De gente humilde que defende a tradição no seu lugar
Um movimento de cultura popular
Vem sambar no frevo e na ciranda
Silenciar jamais!!!
Até o Galo da Madrugada
Se entregou à batucada, misturando carnavais

SAMBA-ENREDO - UNIDOS DA TIJUCA - 2016


"Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado"


Autores: Dudu Nobre, Zé Paulo Sierra, Claudio Mattos e Gustavo Clarão

Sou eu... Do barro esculpido pelas mãos do Criador
Sou eu... Filho dessa terra germinando amor
São lágrimas que caem lá do céu
São raios desse sol em meu olhar
Ao ver a agricultura do Brasil em meu Borel
Sagrada natureza a nos abençoar
Brota o suor que escorre na enxada
Ara, planta, colhe em devoção
E "ver de" perto a cria alimentada
Flores que aquarelam a região
Sou matuto sonhador em louvação
Lá no meu interior, a viola dá o tom
Vendo o campo colorido
Cai a noite a me envolver
Vou rogando ao Pai querido
Pra colheita florescer
Vou levantando a poeira da terra
Que aterra a magia do grão
Fertilidade é a arte do homem que cuida
Protege seu chão
Um oásis de conhecimento
Pro país é um exemplo, a tal "capital"
O meu negócio é isso, seu moço
"Sorriso" no rosto
Por esse meu mundão rural
Semeia... A minha raiz
Clareia.. Um belo matiz
O dia vai raiar e o povo há de cantar feliz
Salve! A Mãe Natureza, a luz da riqueza
O dono da terra... A inspiração
A Tijuca festeja, o solo sagrado em oração!

SAMBA-ENREDO - MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL - 2016


"O Brasil de La Mancha: Sou Miguel, Padre Miguel.
Sou Cervantes, Sou Quixote Cavaleiro, Pixote Brasileiro"


Autores: Jefinho Rodrigues, Wander Pires, Marquinho Índio, J. Medeiros, Domingos Pressão, Jonas Marques, Paulo Ferraz, Lauro Silva e Lero Pires
Louco, apaixonado...
Voar, sem limites sonhar...
Desperta Cervantes do sono infinito
Que a luz da estrela vai guiar
Quixote cavaleiro delirante
Avante! Moinhos vamos vencer
Errante acerta o rumo da história
Pras manchas desse quadro remover
Pintar nessa tela a nova aquarela
E hoje enfim devolver
A honra do negro, a tal liberdade
Que sempre haveria de ter
Ainda é tempo eu vou contra o vento
Não há de faltar bravura
De Ramos à Rosa, Machado encontrei
Nos braços da literatura!
Vai na fé... Meu bom cangaceiro
"Ser tão" Conselheiro regando as veredas
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Nas mãos uma flor pra calar os canhões
Faz clarear as tenebrosas transações
Lavando a alma da "Mocidade"
Lançando jatos de felicidade
Vencer mais um gigante nessa história surreal
Numa ofegante epidemia a qual chamamos Carnaval
Vem ser mais um guerreiro
Eu sou Miguel escudeiro
Dessa estrela que sempre vai brilhar!
Eu hei de cantar por toda vida
Minha Mocidade, escola querida
Nessa disputa...
Verás que um filho teu não foge à luta! (não)

SAMBA-ENREDO - GRANDE RIO - 2016



"Fui no Itororó beber água, não achei.
Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei..."


Autores: Márcio das Camisas, Mariano Araújo, Competência, Kaká e Dinho

Nesse mar de alegria, quero ver me segurar
A Grande Rio mandou chamar
Vem pra ciranda Ioiô... No Itororó vem Iaiá
Beber na fonte que me faz apaixonar
Lindo cenário de amor... Histórias pra se cantar
Santos... Maravilha de lugar (vou contar)
De além-mar chega o colonizador
O mercado prosperou no vai e vem (vai e vem)
O cheiro doce que o vento trouxe...
Encanta a Família Real
Nossa Senhora... Mãe poderosa...
Livrai essa Terra do mal
Veio gente de todo lugar pra somar
Liberdade, um grito ecoou ôôô
Nessa labuta tem aroma de café
É saboroso, todo mundo botou fé
Pode embarcar que o apito do bonde tocou
Pode embarcar que o progresso não pode parar


Vem mergulhar nessas ondas, sentir o prazer
Esporte é vida, lazer
Tá no gramado a paixão
Peixe o orgulho da 'Vila'
Celeiro do eterno campeão
Ê! Menino bom de bola
No destino deu olé (olé... olé)
O atleta consagrado... Majestade é nosso Rei Pelé
Cavaleiro da paz... Magia
Na corte tem Neymar... Ousadia e alegria
Pisa forte, Grande Rio, é pura emoção
Santos conquistou meu coração
Desembarquei no porto da felicidade
Quanta beleza pra curtir nessa cidade 

SAMBA-ENREDO - BEIJA-FLOR - 2016


"Mineirinho Genial! Nova Lima - Cidade Natal.
Marquês de Sapucaí - O Poeta Imortal!"


Autores: Marcelo Guimarães, Sidney de Pilares, Manolo, Jorginho Moreira, Kirraizinho e Diogo Rosa

Abriu-se a cortina do tempo
Emoldurando a história a Beija-Flor ôôô
De Nova Lima à poesia se fez
Na genialidade do marquês
Nasceu em Congonhas de Sabará
O mais puro ouro das Minas Gerais
Atravessou o mar, no afã de conquistar
Conhecimento em terras lusitanas
Brilhou aos olhos da lei,
Formou-se bacharel
Fiel à nação, enfim regressou
A saudade apertou
Ecoou um brado de resistência
Ao longe se ouviu a voz da Independência
Pelo Brasil, impera felicidade
Já raiou a liberdade
Um homem de real valor
Um vencedor na estrada da vida
Em seu legado a primasia
Na gratidão que herdaria
Poeta, músico, escritor
O mineirinho que o Rio imortalizou
Teu chão floresce a nobreza pro samba passar
Um templo sagrado a luz do luar
Apoteose de todo sambista
Artista! Herdeiro verdadeiro de Ciata
Que hoje te abraça aos pés da praça
Em mais um Carnaval
Sou Beija-Flor, na alegria ou na dor
A Deusa da Passarela é ela!
Primeira na história do Marquês
Que na Sapucaí é soberana
De fato, nilopolitana

SAMBA-ENREDO - UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR - 2016


"Olímpico por natureza. Todo mundo se encontra no Rio"


Autores: Marquinhos do Banjo, Cap. Barreto, Miguel, Roger Linhares, Paulo Guimarães, Dr. Robson, Jamiro Faria e Gugu das Cadongas

Vem chega mais perto, sente o meu calor
Bem-vindo à Ilha do Governador
Braços abertos, vou te ver chegar
Os deuses vêm abençoados
Pra terra onde o sol é mais dourado
É lindo o meu amanhecer
Águas... Que vão me banhar, serenas...
Descendo o caminho do mar
Vem nas minhas ondas mergulhar
Trilhar caminhos de rara beleza
Correr pros braços da Mãe Natureza
Poder voar no azul do infinito
Do alto sou ainda mais bonito
Ser carioca é tipo assim
Paixão, prazer, amor sem fim
Se misturar pela cidade
Compartilhar felicidade
Firma a batida na palma da mão
Os Jogos vão começar
Já somos todos irmãos
Os deuses querem ficar
E todo mundo cai no samba
Na ginga, no batuque e no compasso
Alô meu Rio, aquele abraço!
Medalha de ouro a nossa União
Bordada nos louros do meu pavilhão
A minha alegria encanta você
Meu maior desejo é vencer ou vencer
Ilha... Razão do meu viver

SAMBA-ENREDO - ESTÁCIO DE SÁ - 2016


"Salve Jorge! O Guerreiro na fé."


Autores: Édson Marinho, Adilson Alves, Jorge Xavier, André Félix, JB e Salviano

A pé eu vou
Empunhando a lança
Do Santo Guerreiro
Sou eu mais um filho de Jorge
Nesta legião herdeiro fiel
Vou seguir na missão
Na Capadócia nasceu, o menino lutou
Enfrentou desatino do imperador
O ser amado admirado
Invencível defensor
Estou vestindo com as armas de Jorge
Meus inimigos não vão me alcançar
Tu és bondade pelo mundo inteiro
Santo padroeiro igual não há
Rogar seus milagres em devoção
Fazer a criança virar um leão
Em proteção, orai ao glorioso Pai
Mesmo da lua por nós olhai
Amanheceu a alvorada anuncia
Divina alteza senhor da cavalaria
Prepare o feijão, ê baiana, põe tempero
Dá no couro, batuqueiro
Pra minha Estácio de Sá
Fazer da Avenida seu altar
Sou teu fiel seguidor, meu cavaleiro
Por dia mato um dragão, sou brasileiro
Estácio veste seu manto carregado de axé
Salve Jorge, guerreiro na fé

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Enredo da Escola de Samba Mangueira - 2016


"Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá"


Baila no vento a mistura perfumada de mel, pitanga e dendê. O morro desce a ladeira guiado pela filha de Oyá. Cavalga em búfalos de ouro e bronze sobre o raio de Iansã. O abebé de Oxum faz luzir o caminho que leva à passarela, e por isso, minha gente não teme quebranto. O alfanje erguido nos defende. O mal se esconde. Arruda, alfazema e guiné abrem os caminhos. As águas de cheiro perfumam o verde e o rosa. Os tambores de ketu derramam o axé no cortejo. Cortejo de santo, xirê de orixá. Seu canto é o brado que saúda quem faz da Avenida o terreiro. Pra quem chega, agô e saravá! O branco reluz. O opaxorô de Oxalufã firma nossos passos. Nele, apoio seguro: "XEU ÈPA BÀBÁ!"
Corações ao alto. Valei-me meu Senhor do Bonfim. Doces para os santos meninos. Os balaios erguidos levam as flores. Tal qual na Baixa do Sapateiro - quando o calendário marca o quarto dia de Dezembro - o "dengo" da baiana se embala no chacoalhar dos balangandãs. Salve Santa Bárbara! No peito, a guia de contas e o Rosário de Maria.

A voz de Bethânia ecoa. Voz ancestral, ventre de águas claras onde repousa o Brasil menino. Voz que é o Brasil matuto, caboclo e sertanejo. Pátria indígena onde Tupã reina. Voz que é solo africano, caroço de dendê, água de moringa, búzio de enfeitar trança nagô. Expressão do Brasil épico e dramático. Colorido feito o cetim que adorna quem brinca o reisado. Árido, como o barro seco. Grave como o voo sonoro do carcará, rapina do sertão, música inaugural, grito que se alastra desde o Opinião.
Mergulhada nas canções, Mangueira dá asas aos versos cantados, e, a partir deles, ergue a fantasia que é o pilar de seu carnaval. Prova do mel puro, doce e cristalino - néctar musical - da Abelha Rainha. Desfolha o velho livro. Declama a poesia, seleciona poetas, oferece os mais belos versos. Dá vez ao gesto, faz da folia teatro. Reconstrói o palco, solo sagrado onde a "bordadeira da canção" reina soberana.

O vento sopra a cortina de confetes e serpentinas, o Recôncavo deságua no Rio tal qual as águas que lavam os caminhos. Ao longe, a imagem de Nossa Senhora da Purificação. As vozes da novena; o frescor carregado de axé das águas das quartinhas; os pés que fazem a poeira subir junto à pele de ouro marrom. No cortejo - em louvor à filha de Santo Amaro - o "prato-e-faca" ditam o ritmo do samba de roda. Dia de festa, folia e vadiação. O puxador tira o verso. A flor de chita roça a pele mulata. O cavaco embala a massa, o pandeiro convoca os bambas.
O palco, a velha Avenida - de tantas homenagens, de tantos carnavais. Espetáculo que passa. Alegria que desfila. Festa de Momo, mambembe. Errante feito o circo que lhe encantou quando menina. Céu de lona que a folia ergue agora, palco circense que lhe dedicamos. Fina poesia onde o trapezista se equilibra. Delírio de Morfeu. Ilusão de carnaval. Sonho que finda nas cinzas, mas vive eterno, enquanto o verde e o rosa reinarem na colina.

P.S: Este enredo é uma "rosa sem espinhos" dedicada à Maria Bethânia. Voz que é o perfume do dendê. A joia encrustada na coroa do Rei. O coité, onde a canção é "macerada" tal qual folha bendita, e o sumo é a densa pasta verde que tinge a canção brasileira.

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E TEXTO: LEANDRO VIEIRA

Enredo da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense - 2016

"É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim...
– Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil"


INTRODUÇÃO


Embalada por violas enluaradas
e sanfonas arretadas,
a Imperatriz foi buscar inspiração
na Música Sertaneja
pra falar com o coração.
Sem fazer nenhum segredo,
pedimos a ela pra contar
a saga do nosso enredo,
escrito nas pontas dos dedos,
em cordas de dedilhar.

Meus senhores e senhoras,
venham pro meio dessa roda
e ajudem a versejar.
Nosso show começa agora,
e antes que a gente vá embora,
Mãe Sertaneja tem muito pra falar...

SINOPSE


1o SETOR: SONHO CAIPIRA

”Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...”


- DISPARADA (Jair Rodrigues; Autores: Geraldo Vandré e Theo Barros)
Vou abrir o coração
como se fosse a porteira
da fazenda onde nasci...
Canto as coisas de minha gente.
Gente sofrida,
esquecida nas lonjuras desse país.
Gente que trabalha, semeia, ponteia
e encontra na viola,
um caminho pra ser feliz.
Gente que tem raça, tropeça e levanta,
e ainda faz graça
quando abraça a sanfona,
embalando a vida que vem lá da raiz.
Vou falar de minhas andanças,
de partidas e cheganças.
Venho com as minhas crianças
e trago na mala muita esperança!
Chego com uma imensa saudade
das riquezas que deixei por lá:
da família reunida em casa,
do rádio em cima da mesa,
da santinha que brilha no altar,
do galo que anuncia a certeza
de um novo dia para se trabalhar.
Do alto da Serra Dourada,
a terra parece bordada
com girassois, soja, sorgo e trigo.
E uma banda de espantalhos
Toca desafinada, espantando o inimigo.
Os corvos fogem, em busca de abrigo
e vão se esconder nos canaviais,
onde moram as abelhas rainhas,
que reinam nesse verde-esperança
chamado Goiás.

2o SETOR: TERRA - SEMEANDO SONHOS
“E a colheita que encheu a tulha,
Da tulha o grão para a cidade vai.
A terra dorme e ele não descansa
Sempre na esperança de colher bem mais...”
- A COLHEITA (Chitãozinho e Xororó; Autores: José Fortuna e Carlos Cezar)
Estamos celebrando a colheita
que nasceu em nossas mãos.
Plantamos grão por grão
e é por isso que acreditamos.
Que um sonho jamais será em vão.
É daí que vem a nossa união:
eles tocam, versam e eu canto
a nossa alegria!
Pura magia, doce encanto.
Pois “até o presidente come o que eu planto...” (*1)
Em cada plantação existe um segredo,
um pacto entre lavrador e semente,
do nascente ao poente.
O homem precisa de trabalho
para criar os seus filhos
e torná-los honrados,
dourados como a barba do milho.

3o SETOR: MÚSICA – MÃE SERTANEJA
Ponteio da viola, o hino brejeiro
O som brasileiro saudando a nação
Saúda o roceiro, que está na vanguarda
soldado sem farda, herói do sertão!
HINO SERTANEJO (Tonico e Tinoco)
Quando nasci,
ganhei uma sublime missão:
cantar o que o povo sente,
no compasso do coração.
Fiquei amiga das rimas,
das roças e vaquejadas,
ajudei a descrever
tanta terra abençoada
morte e vida severina
Entendi o amor das pessoas
e a ele sou submissa,
porque a vida é feita de sonhos,
ideais e compromissos.
Amarro as coisas mais simples,
com as cordas do violão.
Já falei de seca, luar do sertão;
já contei muitas histórias, cotidiano banal.
Sou matuta, sou caipira, um rio em curso natural.
Tem gente que não gosta, fala mal do que nem viu.
Mas quem critica o que eu canto,
não conhece o meu Brasil. (*2)

4o SETOR: FÉ E FOLCLORE - PIRENÓPOLIS
“Sou caipira, Pirapora, Nossa

Senhora de Aparecida

Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida”
ROMARIA (Renato Teixeira)

Diante do rei, da rainha e princesas,
cristãos e mouros
partem para o campo de batalha.
Nesta luta só existe uma certeza:
não haverá mortos nem feridos.
Ouviremos os estampidos
que anunciam a cavalhada.
Os mascarados fazem alarido,
trazendo muita gente encantada.
O divino Espírito Santo
Chegô aqui nesta morada
Veio guiando a bandeira
Na poeira das estrada
Veio trazer sua bença
Por nóis muito esperada
- DIVINO ESPIRITO SANTO (Inezita Barroso; Autores: Carlos Piavani, Canhoto, Torrinha e Antônio Boaventura)
Vem gente de toda parte,
pagando promessas de toda sorte,
desde os que brilham nas artes
aos que escaparam da morte.
Carregam cruzes, objetos de cera
e se misturam aos que cantam na feira,
corando beatas, bulindo mulatas,
embalando os carreiros
que vêm de longe, tocando a boiada.
A fé se multiplica numa irmandade de santos,
acalentados por Maria e o sagrado manto.
E lá vamos nós, pé ante pé,
numa interminável romaria,
que se espicha pela estrada
em busca de uma estrela guia.

5o SETOR: FILHOS DE FRANCISCO... E HELENA
“Nesta longa estrada da vida
Vou correndo não posso parar
Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar...”
- ESTRADA DA VIDA (Milionário e José Rico)
Todos querem conhecer a cidade
onde nasceram os filhos de Francisco.
Não o santo, mas o caipira
que acreditava num sonho de verdade.
Deu sanfona pro mais velho
e uma viola ao irmão,
rogando a Deus que tivessem o dom
de encantar a multidão
cantando as modas do sertão...
Estrearam num caminhão,
depois na praça e na estação.
Percorreram vilas e vilarejos.
Mas como bons sertanejos
se nada tinham nos bolsos
guardavam a família no coração.
“Eu bem queria continuar ali
Mas o destino quis me contrariar
E o olhar de minha mãe na porta
Eu deixei chorando a me abençoar...”
- O DIA EM QUE EU SAÍ DE CASA (Zezé Di Camargo e Luciano)
Longe de casa, enganando a dor,
foram em busca da felicidade
na terra do progresso,
onde só vence quem é doutor.
Os dois filhos de Francisco
superaram sacrifícios
com justiça e autoridade.
Conquistaram o sucesso
e venceram com louvor!

6o SETOR: OS FILHOS DO BRASIL
O Maior Espetáculo da Terra
abre portas e cortinas,
mostrando a saga sertaneja
como aqui nunca se viu.

Vamos dar Flores em Vida
a duas estrelas tão queridas,
que iluminam o caminho
dos novos Filhos do Brasil!

E quando me perguntam:
Como é que eles conseguiram tudo isso, minha senhora?
Quem foi que os abençoou?
Ponteio na viola
e tiro a voz lá do fundo,
cantando pra todo mundo:
Foi Deus, Nosso Senhor....
Porque Deus... é o Amor.
“É o Amor...
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver...
- É O AMOR (Zezé Di Camargo)

Pesquisa, Roteiro e Desenvolvimento:
Cahê Rodrigues, Marta Queiroz e Cláudio Vieira

Em homenagem à Música Sertaneja,
criada, composta e cantada pelos Filhos do Brasil.

(*1) – Verso extraído de “O Lavrador” (Nando Reis)
(*2) – Os versos do 3o Setor (Música-Mãe Sertaneja) foram adaptados da letra de “A Minha História”, de Zezé Di Camargo

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