rio de janeiro e suas belezas

rio de janeiro e suas belezas
I LOVE YOU RJ

sábado, 1 de novembro de 2014

PROGRAMAÇAO/2015 - TODOS OS DIAS DE CARNAVAL


Você quer curtir o Carnaval 2015 no Rio de Janeiro?  Quer ficar por dentro da Programação? No meu blog você pode antecipadamente desfrutar de todos os eventos que desejar.

Eventos - Dia a Dia
Carnaval 2015 do
Rio de Janeiro

TODOS OS DIAS DE CARNAVALDe 13 de fevereiro a 17 de fevereiro
Praias de Copacabana e Ipanema -Todas as tardes
Cinelândia - Todas as noites
Lapa - Rio Folia à partir das 20:00
Terreirão do Samba - à partir das 20:00
Baile do Scala a partir das 23:00

PRICIPAIS EVENTOS
Sexta-feira, 13 de fevereiro
13:00 Cerimônia de Abertura - O Rei do Carnaval (Momo) é coroada pelo prefeito da cidade e recebe chaves da cidade
21:00 Desfiles dos Grupos de Acesso

Sábado, 14 de fevereiro
09:30  Banda de rua Cordão do Bola Preta (Centro da cidade)
16:00  Banda de Ipanema, concentração na Praça General Osório, Ipanema
20:00  Concorrência Bandas de Rua na Av. Rio Branco, Centro
21:00  Desfile das Escolas de Samba do Grupo da Série A
23:00  Baile Mágico no Hotel Copacabana Palace

Domingo, 15 de fevereiro
21:00 Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial

Segunda-feira, 16 de fevereiro
21:00 Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial

Terça-feira, 17 de fevereiro
16:00  Banda de Ipanema (último desfile de carnaval)
21:00  Desfile das Escolas de Samba Mirins
23:00  Baile Gay no Scala Rio

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

28 DE OUTUBRO DIA DE RESERVAR FRISAS PARA O CARNAVAL 2015



Reservas de frisas para desfiles do Grupo Especial será nesta
terça-feira, 28 de outubro, de 9 às 13 horas
As pessoas que estiverem interessadas na compra de frisas para os desfiles das Escolas do Grupo Especial no Sambódromo deverão encaminhar, na próxima terça-feira, 28 de outubro, das 9 h às 13 h, os pedidos de reserva dos ingressos. Assim como foi feito com as reservas de Camarotes, os pedidos de reservas de Frisas deverão ser encaminhados através do fax
N° xx21-2122-8080. O atendimento se dará pela ordem cronológica de chegada dos pedidos, de acordo com o limite de capacidade de cada setor da Avenida dos Desfiles.
IMPORTANTE! No conteúdo do pedido, o interessado deverá informar nome, setor e o dia desejado (Domingo, Segunda-feira ou Sábado das Campeãs), além de deixar números de telefone e fax para contato.
Pessoa Física poderá adquirir uma frisa para cada dia de desfile.
Pessoa Jurídica - Até duas frisas por dia de desfile.
Importante: Cada fax só poderá conter um pedido.
PAGAMENTO - SOMENTE À VISTA.
OUTROS DETALHES:
Frisas dos Setores 12 e 13, para 4 (quatro) pessoas, (Fila A - R$ 1.700,00; Fila B - R$ 1.100,00, por noite).
As demais, nos Setores 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10 e 11, são para 6 (seis) pessoas e têm preços variando entre R$ 4.500,00 e R$ 7.700,00 por noite nos desfiles de Domingo (15 de fevereiro) e Segunda-Feira (16 de fevereiro).
Os contemplados serão conhecidos a partir do dia 18 / 11 / 2014 e deverão efetuar o pagamento entre os dias 24 e 26 / 11 / 2014 na Central LIESA de Atendimento, no horário bancário, sob pena de não o fazendo perderem o direito de aquisição.
ARQUIBANCADAS E CADEIRAS:
ARQUIBANCADAS ESPECIAIS E CADEIRAS INDIVIDUAIS
Previsão de venda na 1ª quinzena de janeiro de 2015.
ARQUIBANCADAS POPULARES (SETORES 12 e 13)
Previsão de venda na 1ª quinzena de fevereiro de 2015.

INFORMAÇÕES:
Central LIESA de Atendimento e Vendas
Rua da Alfândega, 25 - lojas B / C – Centro
Tel.: (21) 2233 – 8151(21) 2233 – 8151
LiesaNet: www.liesa.com.br

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ENREDO DA UNIDOS DA VIRADOURO PARA 2015

 
 
O ENREDO DA ESCOLA DE SAMBA VIRADOURO PARA 2015 AINDA NAO FOI DIVULGADO
 
 JÁ ADIANTARAM O TÍTULO DO SAMBA ENREDO, MAS NAO DIVULGARAM O ENREDO


SAMBA DEFINIDO"Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça"


 
 
 
 
 
 
 






RIO DE JANEIRO CIDADE MARAVILHOSA

Rio dos cariocas,
das praias,
de São Sebastião. Rio dos cariocas
Rio das moças douradas,
das escolas de samba,
de Garrincha e do Carnaval. 
Este nosso Rio,
que parece ser o modelo
do Carnaval para o mundo,
abriga a emoção do
cidadão camarada,
das tribos e nações,
do samba em cada esquina, 
da alegria e da predisposição de ser a Cidade, para sempre, Maravilhosa.

CONHECENDO O ENREDO DA UNIDOS DA TIJUCA


Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.


"UM CONTO MARCADO NO TEMPO -
O OLHAR SUÍÇO DE CLÓVIS BORNAY"
Departamento de Carnaval: Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim, Marcus Paulo e Carlos Carvalho
Ainda me lembro, sentado aos pés do meu pai... entre as páginas dos livros, ouvindo suas histórias de uma terra mágica, viajava nos contos encantados que davam vida aos cavaleiros medievais montados em ginetes, cavalgando em direção aos montes gelados e brancos. Dragões alados sobrevoavam castelos e aldeias, o povo aterrorizado, fez um pacto até mesmo com o diabo para construir uma ponte e, assim, seguir seu caminho. Minha imaginação me embalava; ali eu estava, guardado pelas emoções o tempo não passava. Os ponteiros do relógio bailavam em prosa e verso, eu ali continuava, despertando personagens sem fronteiras nesse universo.
Fiquei admirado com um bravo caçador, de pontaria certa, salvou seu filho da tirania fatal. Homem de bem, respeitado por todos, lutou pela independência de sua terra e pela liberdade de seu povo. Subindo aqueles montes gélidos, forrados por nobres estrelas brancas que caiam do céu, vivia um lendário gigante soprando ventos frios, congelando plantações e lagos ao léu. Eis que surge para salvar os que estavam a precisar, o anjo dos Alpes sempre pronto a zelar.
A cada instante, minhas lembranças giravam como engrenagens de uma caixinha de música, dando vida a uma variedade de proezas e façanhas que jamais pude imaginar, onde em um instante tudo cabia no bolso, na palma da mão, tantas ferramentas em uma só. Em outra caixa, curioso fiquei, nelas senhas secretas que nem mesmo o tempo era capaz de apagar.
De repente, deparo-me com um novo tempo que se forma, ponteiros a girar em todas as direções. "Uma nova hora começou! Aproveite-a sabiamente" - assim o cuco falou. Livros, então, passaram a registrar pensamentos e teorias escritas por um homem de mente brilhante e coração puro, que, no girar dos ponteiros, viajou a um futuro, transformando o tempo em fórmulas, fórmulas em sonhos, e sonhos em realidades. O tempo voa, o tempo vai, o tempo me leva na brilhante história de um viajante a planar entre o céu e o mar na aeronave que tem o sol a te alimentar.
Assim, um novo tempo se anuncia. Pessoas que passam pessoas que vêm e que ficam. Bandeiras que voam, dançam e giram acompanhadas de trompas gigantes encantadas, soando uma melodia em perfeita harmonia. Mas vejam só: nessa história fascinante, um escultor transformou o movimento, alcançando todos seus desejos, fazendo com que sua arte fosse importante para aquela terra de cores. Cores que protegiam, em tempos distantes em que guardas fardados defendiam igrejas, vestindo ricos trajes. Cores que brincavam sobre folhas brancas, riscos e traços que conduziam a cadência pintavam o que eu não via. Atravesso, então, para um tempo futuro, nos filmes de máquinas e seres viajantes.
Gotas de chuva caem do céu, passeiam entre as nuvens, descem montanhas, alimentam pastos e fontes. Entro em uma página que uma fábrica se faz presente. Sinto o gosto de tudo que já comi, de tudo que já bebi. Litros e mais litros do mais puro leite, repleto de aromas e sabores, são transformados em passe de mágica em queijos empilhados. E lá do alto vejo uma coroa a reluzir, nossa... existe um rei ali! Percebo o giro dos ponteiros, como a colher do cozinheiro mexendo sem parar. Cachos de uvas enfeitam todos os cantos. São cascatas e rios dos mais deliciosos chocolates, levando meu paladar a percorrer minhas lembranças. E o cuco? Novamente alegre a cantar, anuncia "A fábrica não pode parar!"
As páginas do livro vão se acabando. Vejo que as histórias de ontem e de hoje misturam-se com as do amanhã. Percebo diante dos meus olhos uma avenida estendendo-se a mim, aqui e acolá, festas que duram o ano inteiro, até o sol brilhar. Foliões fantasiados fazem soar instrumentos, girando os ponteiros da engrenagem do tempo, bailando em versos despertando luzes acesas e o brilho das cores. Agora não mais uma criança e sim um folião a desfilar, ainda fascinado pelos contos daquele lugar. Encontro-me em meio à Sapucaí, de tantos carnavais, que sempre festejei. Escrevo mais um conto marcado no tempo, neste lugar de riquezas mil, laços Suíça-Tijuca-Brasil.
Clóvis Bornay

CONHECENDO O ENREDO DA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE




Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.




AXÉ, NKENDA!
UM RITUAL DE LIBERDADE
E QUE A VOZ DA IGUALDADE SEJA SEMPRE A NOSSA VOZ!
Carnavalesco: Cahê Rodrigues
Pesquisa e Texto: Marta Queiroz e Cláudio Vieira
"Ninguém nasce odiando uma pessoa por sua cor de pele ou religião. Pessoas são ensinadas a odiar. E se elas aprendem a odiar, elas podem ser ensinadas a amar." - Nelson Mandela
Axé!
Ouçam a voz do vento. Prestem atenção no que ela tem a nos contar.
Lembra do tempo em que as estrelas coroavam o nosso pensamento e, com ele, começavam a brilhar.
Nossos ancestrais conviviam em harmonia com a natureza e a sabedoria dos animais. Construíram uma gigantesca família, se espalharam pelo mundo e, por onde passavam, abriam novos caminhos para semear o amor e a paz.
Naquele tempo, não havia longe, nem perto; nem errado, nem certo; e reinava uma exuberante floresta onde, hoje, padece o maior de todos os desertos.
Caminhando pela savana, reunidos em torno da fogueira, celebrávamos a chegada e a partida, como se o direito de ir e vir fosse uma certeza prometida.
Baobá, árvore querida... Aprendemos a cantar, o segredo da rima, rimando a pureza das palavras com a beleza da melodia: alegria com nobreza, mistérios com fantasia.
Baobá, árvore querida... Conduz nosso canto até onde moram os deuses do infinito. E que eles cubram com o manto da noite o ventre de Mãe África, onde dormem as matrizes da vida.
África, Triângulo Sagrado, banhado por um oceano de cada lado.
Ao Norte, o próspero Mediterrâneo; a Leste, o reluzente Índico; a oeste, o tenebroso Atlântico.
Ao Norte, entre o mar e o Saara, brotaram as suas primeiras civilizações, verdadeiras joias-raras: o esplendor do Egito, o empreendedor Cartago e o Marrocos de Alah.
A Leste, velas tremulavam, salpicando o mar. Traziam sedas da China, tapetes da Pérsia e temperos da Índia. Do Reino do Sudão levavam o ouro e outros metais preciosos.
Entre os paralelos do Equador, existe uma majestosa floresta, onde o homem não se cansa de tirar, nem os deuses se cansam de repor.
Além de árvores, plantas e espécies fantásticas, existem rios e cachoeiras que os nossos olhos são poucos para admirar. Não existe na Terra, tamanha diversidade, incrível quantidade de vegetais e animais - embora, não faça muito tempo, houvesse muito mais.
São Zulus, Massais, Bantos, Mossis, Bokongos e Hauçás clamando por liberdade e paz!
Os mistérios da Natureza vão além da compreensão. Explode o raio, grita o trovão, a cheia inunda o vale, a terra vomita fogo pela boca do vulcão. A cachoeira chora, a lua cheia anuncia que algo acontecerá antes do raiar do dia. Ao som de tambores, lendas, mistérios, curas e magia constroem mitos e aventuras, cultos e culturas. Essa é a nossa liturgia.
Vivemos numa terra de contrastes permanentes. O mais velho dos continentes possui a população mais jovem do planeta - com sonhos ainda latentes.
Também pudera... Nenhum outro continente sofreu tantas transformações, tantas violações, em tão pouco tempo!
Nossos guerreiros não conseguiram impedir a marcha do invasor. Suas preces foram sufocadas pelos canhões.
Perdemos nossos bens, muitas vidas, dialetos e nações. O pranto foi pouco para tanta dor...
Fomos submetidos aos mais diferentes tipos de colonialismo. Aprendemos as mais contundentes formas de respeitar o "senhor". A pior delas foi o racismo - linha reta entre quem manda e é mandado.
Nos impuseram uma nova etnia, religiões, obrigações, devoções e economia. Fomos escravizados à tecnologia, em nome de um mundo "civilizado".
Pelas janelas do Atlântico, nossos olhos ainda choram amargas lembranças, vendo nossos irmãos partirem para terras desconhecidas. Não houve despedida, nenhuma notícia, nenhuma esperança.
Uma delas fica do outro lado do oceano e se chama Brasil. É uma terra muito parecida com a nossa: tem florestas, praias, muitos rios, clima quente, clima frio, gente que ginga, brinca e que também faz festa na roça.
Irmãos do Congo, Angola, Daomé, Gaô e Jané foram levados para lá. Carregaram na lembrança nossos deuses, nossas danças, nossa música, bebidas e comilanças, misturando nosso sangue ao brasileiro. É por isso que eles são tão festeiros.
Não fazem uma roda sem que haja um tambor, berimbau, reco-reco e agogô. Cantam em iorubá, rimam em nagô e começam a sambar. O que era uma roda vira festa, colorindo o país de Norte a Sul. Vem maracatu... boi-bumbá, congada, capoeira, reisado, umbigada, é jongo a noite inteira.
Como num rap, ou num partido-alto, criam vários sentidos com a magia das palavras...
Acarajé, quibebe, munguzá,
Caruru, abrazô, vatapá...
"Gererê, sarará, cururu
Olerê!
Balá-blá-blá, bafafá, sururu.
Olará!"
E vejam só que interessante... Depois das lágrimas de uma chegada angustiante, nasceram festas e folias que alegram o povo até os nossos dias.
Nossos irmãos rezavam para os deuses que não eram seus. Cantavam músicas que não eram suas. E fechavam as procissões que se arrastavam pelas ruas.
Foi assim que aprenderam a desfilar. Nasceram irmandades de bambas, organizadas como verdadeiras Escolas de Samba! Que, aliás, são Escolas de Cultura e Arte Africanas!
Nelas se aprende as coisas mais elementares da vida: Por exemplo... uma banana, subvertida como símbolo de racismo, na verdade é o africanismo mais popular do Brasil... E se não devemos dar asas para o mal, podemos transformá-lo numa brincadeira de carnaval. Que tal?
Cantemos a LIBERDADE! E para que ela abrisse as asas sobre nós, tivemos que ser fortes de verdade. Aprendemos com Zumbi, com os Malês, Manoel Congo, João Cândido e outros irmãos que já não estão aqui. Mas deixaram um caminho a seguir.
Aprendi que a vida é um permanente ritual de liberdade. Lutando por justiça, movimentos se espalharam pelo mundo inteiro. Estão documentados nos livros, no cinema, no teatro, na música, nas artes plásticas, nos grafites, por toda parte. Foi por ela que dediquei toda a minha existência. E faria tudo novamente.
Para que esta mensagem fosse tão transparente como as nossas águas, buscamos um caminho sem mágoas, procurando sempre a simplicidade. É como a África, mãe de tantas diversidades, lutando sempre por justiça. Foi a forma que encontramos para mostrar a verdade.
Precisamos semear nos livros, nas escolas, nas mentes e nos corações.
Precisamos reconstruir o continente africano e a mentalidade de muitos. Precisamos escrever uma nova História de Vida, pontuada de ações humanas, fraternas e solidárias!
Precisamos despertar em nossos irmãos, o mais difícil de todos os desejos: o de aprender a amar. Para que, então, a voz da igualdade seja sempre a nossa voz
Este será o nosso maior desafio.
Axé, Nkenda!
Nelson Mandela
Céu - Departamento da África do Sul, Mvezo
GLOSSÁRIO
NKENDA - Amor, segundo o Kimbundu, língua africana falada no Noroeste de Angola.
BAOBÁ (Andansonia digitata) - Também chamado de embondeiro. Árvore que pode atingir 25 m de altura e 7 m de diâmetro. É a árvore nacional de Madagascar, emblema do Senegal e considerada sagrada em todo o continente africano.
ZULUS, MASSAIS, BANTOS, MOSSIS, BOKONGOS e HAUÇÁS - Algumas das mais tradicionais etnias africanas.
Acarajé, quibebe, munguzá, caruru, abrazô, vatapá - Comidas e iguarias da culinária africana.
"Gererê, sarará, cururu/ Olerê!/ Balá-blá-blá, bafafá, sururu/ Olará!" - trecho da letra de "Querelas do Brasil", música de Maurício Tapajós e Aldir Blanc, gravada por Elis Regina.

CONHECENDO O ENREDO DA UNIÃO DA ILHA


Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.

"BELEZA PURA!"
Autores: Djalma Falcão, Carlos Caetano, Gugu das Candongas, Beto Mascarenhas, Roger Linhares e Marco Moreno
Participação Especial: Marquinho do Banjo e Leozinho
Intérprete: Ito Melodia
Floresceu... Desabrochou uma explosão de cor
Bem-vinda, Oh Mãe Natureza
Transformando, esbanjando formosura, é beleza pura
Vem no tempo, vai no vento, quem vai julgar
O povo sempre deu um jeito de se enfeitar
Cada um é tão bonito quanto possa imaginar
Sou sambista, minha arte é universal
O que importa é estar na moda, na Avenida principal
Me visto de ilusão, transbordo de emoção
Sou chique, estou no Carnaval
Lá vem ela, toda prosa, gostosa... fiu, fiu
A beleza tá no seu interior,
Nos olhos de quem vê
No verdadeiro amor

Diga espelho meu, no swing dessas feras
Tem mais bela do que eu? Ele respondeu:
No Reino Encantado, quem nasce pra brilhar, jamais se apagará
Mamãe, tô forte e tenho sorte
Meu charme é passaporte para ser superstar
Eu tô na tela da TV, sou a cara da riqueza
Tiro foto de mim mesmo, eu só quero aparecer
Vim sem nada pra vida, nada vou poder levar
O meu destino diz que eu serei feliz
A Ilha chegou, a festa começou
O show é da comunidade
Sem desmerecer ninguém, sou a mais linda
Encantando a cidade
 
 

 
 




CONHECENDO O ENREDO DA BEIJA-FLOR



Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.

"UM GRIÔ CONTA A HISTÓRIA: UM OLHAR SOBRE A ÁFRICA E O DESPONTAR DA GUINÉ EQUATORIAL. CAMINHEMOS SOBRE A TRILHA DE NOSSA FELICIDADE"
Laíla, Fran Sérgio, Ubiratan Silva, Victor Santos, André Cezari, Bianca Behrends e Claudio Russo - Departamento de Carnaval e Comissão de Carnaval
INTRODUÇÃO
Para conseguirmos entender o que fomos e o que somos, é necessário que se conheça a herança da África no Brasil e a África que ficou do outro A história da África – ou melhor, das várias Áfricas, faz parte da história do Brasil. É importante para nós, brasileiros, porque ajuda a explicar e entender a nossa história. Mas é importante também, por seu valor próprio, e porque nos faz melhor compreender o grande continente de onde proveio quase metade de nossos antepassados.
A importância e a magnitude da África é algo tão impressionante, que por mais que se fale de África com frequência, o tema é tão rico, que parece não se esgotar nunca; permanece despertando a curiosidade e o interesse de pessoas comuns e estudiosos.
No passado, as tribos regionais, com suas tradições e costumes, despertaram o interesse de distintos povos europeus, que em busca de especiarias, terminaram por fomentar o tráfico de escravos.
Hoje, ao revisitar o sofrido continente africano, nossa proposta principal é mostrar que é possível sim ter esperança de que um povo massacrado, cansado e desiludido, seja capaz de renascer, aos poucos, com sonhos vigorosos, planos precisos e metas concretas; projetando uma nova África, ou uma nova perspectiva para a África, calcada no progresso propiciado pelo "ouro negro" e nos ideais de unidade, paz e justiça, reafirmados tal qual um mantra.
Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade, porque neste carnaval, os caminhos da África nos conduzem à Guiné Equatorial.
SINOPSE
A conversa que ora inicia, poderia muito bem versar sobre religião e a fé em nossos ancestrais ou, quem sabe, sobre liberdade e este verde sem fim; alguns poderiam dizer que é o passado que se revela do outro lado do Mar Tenebroso, ou por que não a África animista por natureza em sua história de exploração, luta e dor. Esta conversa é tudo isso e um pouco mais, diálogo entre um pequeno filho da Guiné Equatorial e um Griô, um ancião, senhor do passado, mais um daqueles sábios que guardam, de pai para filho, a história viva do continente africano, e mais precisamente, de A criança, olhos fixos no velho homem, não deixa passar um detalhe sequer, e o contador de histórias, em um tom tranquilo, porém com a voz firme, devaneia... Declama... Recita... o livro aberto da memória:
Foi num tempo primitivo, no albor de toda raça, sob um verde inimaginável, que nossa gente surgiu. Foi muito antes deles chegarem, os brancos, em seus grandes barcos, guiados pela mais voraz ambição, sedentos de ouro e de gente, nossa gente!
Antes era tudo verde, toda vida, tambores e tribos...
A natureza pulsava em cada elemento; as raízes das árvores entrelaçavam-se com a nossa raiz, e crescíamos , vivíamos e cultuávamos a liberdade, cada um com sua fé. Os ritos refletiam a força e a ligação do povo com a natureza, e a Ceiba, árvore sagrada da vida, testemunhou cada momento do florescer de nossa história.
Mas um dia, esta paz sucumbiu... Eles chegaram rasgando o Mar Tenebroso, e com as marés trouxeram a cobiça, sua força e seus costumes tão diferentes das nossas tradições; eles sangraram os corações de nossos ancestrais!
Falavam outra língua, buscavam riquezas... Escravizaram homens, mulheres, crianças... Em nome do Rei de Portugal.
A jóia da Coroa era a Casa da Guiné...
E do litoral, nossas mães observaram, onda após onda, seus filhos vendidos... Quantos reis comerciados, escravos por um trocado, objetos da opressão, no mercado de gente, mercadoria humana.
Mas a grandeza de nossa terra atrai outras bandeiras da maldade, e a engenharia da ambição ergue a sua companhia, leva o continente negro, através de nossa cultura, por um oceano de mágoas. Os filhos da África constroem a evolução da humanidade; o sangue negro foi a argamassa do edifício da escravidão.
Papéis assinados, destinos trocados, nossa terra por um tratado:
"Habla Espanhol"!
A raça negra, que transpiramos em cada poro, resiste, enfrenta a dor, não se entrega jamais, e a cada grilhão, nos tornamos mais fortes; a cada opressão, a cultura se manifesta.
Nada é mais degradante do que a ausência da liberdade!
Nada é mais libertador do que a força de um povo!
Menino, nós temos sangue dos Bengas! Somos herança do reino
Bubi! Corremos nas terras Fang!
Temos influência de Oyó!
A África é a Mãe da Humanidade!
Filho, o suor negro construiu a civilização moderna. Enquanto a empresa da escravidão possibilitou o acúmulo de riquezas, nosso mar de gente sangrou os mares. Ah! Quantos Zumbis, quantos Mandelas surgiram aqui no Golfo da Guiné? Nossa gente ensinou ao mundo o perfeito significado da palavra liberdade...
Senhor! (Fala a criança): E agora que eles foram embora?
O Grió aponta para o Mar e diz:
O que você vê?
O Oceano!
E depois?
O horizonte!
A África hoje enxerga o horizonte da reconstrução, respeitando a história daqueles que resistiram, observando a luta de quem um dia venceu a dor; símbolos de um continente desapropriado de grande parte de sua gente, mas acima de tudo, um continente guerreiro.
A nova face da África se lança rumo ao progresso; respeita a natureza, mas se engrandece com as riquezas que afloram deste chão.
Nova face em meio a grande floresta e a imensidão do mar em que se encontra a Guiné Equatorial; o país que emerge da Costa da Guiné, terra intimamente ligada à história do Brasil, vivendo o presente, como nação amiga e ansiando um futuro de unidade, paz e justiça.
Meu filho, orgulhe-se desta raça, de sua dignidade e sua contribuição para a humanidade! Lute, pois lutar sempre foi nossa verdade, para que assim, "caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade".
JUSTIFICATIVA
África: a paisagem que mais parece uma miragem. Aquela imensidão verde, deslumbrante, intocada, hipnotizante. A força da selva e a importância de Ceiba, a Árvore da Vida.
As frondosas raízes das árvores se confundem, se misturam, se mesclam com as origens de nossos ancestrais, e com todo o legado por eles deixado.
Com a tez escura como o ébano, nativos e guerreiros de tribos primitivas, guardiões dos costumes e dos ritos tradicionais, preservam as informações, as práticas, as estórias e os costumes, que são registrados através da oralidade, na memória e nos corações dos homens. Totens, máscaras, carrancas, esculturas, peças de marfim e técnicas específicas, como a taiba, são alguns dos símbolos diversos que cruzaram o oceano a propagar uma cultura magnânima.
Diferentes povos demonstraram interesse em explorar, colonizar e extrair as riquezas da terra, destacando-se as investidas europeias, onde marcaram presença portugueses, holandeses, franceses, espanhóis e ingleses; sendo o Golfo da Guiné, o berço da herança cultural deixada pelos medievais reinos tribais dos Benga, dos Bubi e pelos clãs Fang.
Ao explorar o Golfo da Guiné, Portugal, na busca pelo caminho das Índias, coloca a Formosa Bioko nos mapas europeus. D. João II de Portugal, proclamado Senhor da Guiné, junto com os portugueses, inicia a colonização das ilhas de Bioko, Ano Bom e Corisco, convertendo-nas em postos destinados ao tráfico de escravos.
Na travessia do Mar Tenebroso, enjaulados em sombrios navios, e acorrentados à grilhões e às lembranças da terra natal, negros serviçais, humilhados, desacreditados e açoitados, terminam por se dispersar pelo mundo. São braços fortes, construtores, massacrados pelos opressores; pobres sofredores à mercê da sorte e da vontade de seus mercadores.
Um ode à liberdade anuncia o grito de independência: rompam-se as algemas! Abaixo a dominação! De braços dados, revela-se uma nação fraterna, ávida por união. Paralelamente à uma África antiga, primitiva, rústica, observa-se o despertar de uma nova face da África. Nascida na história recente, revela-se expoente a Guiné Equatorial.
Dotada de rica biodiversidade, com belezas naturais estonteantes e riquezas minerais abundantes, fauna e flora revelam as diferentes nuances da Guiné que saltam aos nossos olhos, refletidas em cores e estampas, tecidos e sabores, no ritmo, no gingado e nos penteados, que imprimem à essa gente uma negritude de traços tão marcantes.
Na iminência de completar meio século, a Guiné Equatorial é uma região de solo fértil. A terra, generosa, produz gêneros agrícolas diversos: cana-de-açúcar, café, cacau, banana, abacaxi, abóbora, milho, mandioca e algodão, são apenas alguns dos produtos que engrandecem a agricultura e brotam desse chão!
A extração de madeira, a existência de diamantes, e a descoberta do "ouro negro", com o conseguinte fomento do petróleo, ocorrem com demonstrações de respeito ao meio ambiente.
Empenhados em promover o encontro das bandeiras de duas nações fraternas, num majestoso festejo popular, onde a língua portuguesa é apenas mais um elemento de afinidade, objetivamos consagrar o enlace cultural entre o Brasil e a Guiné Equatorial, brindando os ideais de unidade, paz e justiça.
Abordando as distintas influências, sem discriminação, cantemos liberdade! E "Caminhemos sobre a trilha de nossa imensa felicidade".


CONHECENDO O ENREDO DA PORTELA



Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.

"IMAGINARIO, 450 JANEIROS DE UMA CIDADE SURREAL"
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Colaboração: Luiz Carlos Bruno (Diretor de Carnaval)
Rio, hoje meu samba se reveste do mundo azul que teu céu empresta à Majestade do Samba, que em sua fugaz realeza foge à realidade e, na "surrealeza" de sua beleza, te faz a festa.
Num olhar dito louco e transgressor, te ergo aqui um monumento aos seus 450 janeiros, que distorcem o tempo e dissolvem as duas realidades afastadas para fundir-se em um sonho febril, como visão de "Dali" e outros tantos que, na absurda plasticidade das cores e formas, reinventam seus encantos mil.
Eu, artista de trinta carnavais, vividos entre devaneios e verdades, criei sonhos e vesti teu povo de plumas e paetês, iludindo os olhos estrangeiros que se encantam com a sua maior festa, sem perceberem que és feito de antagonismos que me inspira a olhar-te com o meu tempo, entendendo o seu, pelo tempo de Deus.
Usando seus curvos e distorcidos cenários, interpreto e retrato a ti e a teu povo, diverso e plural, que te faz cidade surreal, hoje expressa em arte neste carnaval. Para isso, em desfaço de laços, refaço meu traço, me solto em teu espaço e, como um "salvador daqui", recrio suas linhas pela visão da arte de tantos, pois és cria de Deus e tens fome da arte do Homem.
És a feliz Cidade Maravilhosa, repleta de encantos que são espantos da criação, da imagem provocante e criativa e da arte que sustenta a vida, quando as mãos mais abusivas tentam te imitar em vão. És a viagem convidativa, que hora se refaz e se reconstrói, nas asas da imaginação do lúdico fértil e gentil, onde hoje imagina, Rio, a minha "águia redentora", num abraço de asas acolhedora que te faz abrir imenso o coração do meu Brasil.
És o Rio que surge de um declínio, que nunca foi foz ou desemboco de rio algum, convergindo fantasias desde o branco olhar distante no tempo, surgido das ondas, ungido do desconhecido, dos bravos, dos reinos de além mar. Foste o palco de disputas e conquistas, um caldeirão de culturas a se mesclar enfim, nos contornos do desenho sensual das curvas de sua geografia, como corpo de mulher de fartos seios a debruçar-se assim, sobre o mar, no abraço plácido de sua bela Guanabara.
És o verde que esbanja o viço da tenra juventude, que se retorcendo entre o azul serpenteia o olhar à mata que entra pelo mar, és "jardim das delícias", éden de sua plenitude, que às vezes se disfarça em canteiros, legados de Dom João, na terra em que tudo dá, portal a espelhar suas florestas e a envolver como moldura os recortes dos teus rochedos, sua natural escultura, onde o sol vem repousar.
És, de fato, o cartão postal de todo um país, paisagem abençoada pelos trópicos, de relevos imprevisíveis feito notas musicais, que acalantam e inspiram a criatividade de seu povo, a refazer o compasso em uma nova divisão, traduzindo suas curvas que entram pelo "balanço de seu mar". És tempero puro de sal e sol, a têmpera de jeitos e trejeitos ao tempo que passa, com graça de não passar, és sempre jovem no que esboça, a "bossa" nova de cantar, as suas sereias morenas, as princesas do seu mar, que "continua lindo", "continua sendo" assim a desfilar, do "Leme ao Pontal", de "maravilha de beleza e do caos", de garotas de Ipanema, de meninos do Rio, de seus 40 graus.
És a vida fervilhante, que vai e vem, entra e sai, atravessando os montes ao monte de coisas por ver, no atraente paraíso que revela as faces do pecado e do prazer, de suas noites boêmias sobre os teus tantos arcos, Lapa que abriga segredos múltiplos de sabores, de cores e de tons. És a catedral da luxúria, a serpente tentação que nos induz ao sonho, nos conduz à dança das ilusões, na sedução que lança o brilho dos seus neons.
És num momento à parte, um mundo em seu próprio universo, que gira, que rola com ginga e malícia, na magia que joga e inocente se lança ao espaço ao panteão dos deuses, o palco do absurdo, o templo do futebol, Maracanã, ès nave mãe do planeta bola, de teus fiéis, da crença e paixão, abduzidos de êxtase, o rio de contrastes, que passa e que atravessa a realidade da vida com sua alegria de viver.
És um anfiteatro das artes que gera, em cada canto dos seus recantos montanhosos, eventos que te montam irreal. Invertes a valorizada vista altiva para o descanso de tuas favelas encontrarem a cidade no asfalto, pois és imaginada em cores, formas e vida e acima de tudo, és o samba de todos, cantado pelo sangue azul da Portela, que dentro de teu tempo festivo, meu Rio, comemora ainda a vida vivida da arte de um príncipe "da Viola". Hoje, o samba que ouves, e festeja com a fome de saborearmos tua arte de ser, receber e inspirar. Aplausos aos teus quatrocentos e cinquenta janeiros, criada cidade de Deus aonde até teu filho veio morar e pra sempre te abraçar. Parabéns a você e a todos nós, por sermos tão criativos em vivermos em ti, feliz cidade surreal.
Com amor: Alexandre Louzada
 
 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CONHECENDO O ENREDO DA SÃO CLEMENTE


Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.



"A INCRÍVEL HISTÓRIA DO HOMEM QUE SÓ TINHA MEDO DA MATINTA PERERA,
DA TOCANDIRA E DA ONÇA PÉ DE BOI"
Carnavalesca: Rosa Magalhães
Em Rio Branco era assim, um florestão envolvendo a cidade. Ninguém adentrava na mata - "Tá doido, seu?" - era habitada pela bruxa Matinta Perera, que calava o uirapuru mas que sumia com a chuvarada, por um bicho brabo, o gogó de sola, de dentada perigosa feito cobra, pela formiga tocandira, pela onça do pé de boi, que todo mundo jura que existia, com pé de boi e tudo. Pois foi lá nesse lugar tão longe que nosso personagem passou a infância.
Foi crescendo até que um dia chegou a hora de voltar para o Rio de Janeiro, sua terra natal e onde passaria o resto de sua vida.
No lido é que começou a brincar carnaval, ouvindo "Mamãe eu quero" e "Touradas de Madrid". O bloco de sujo que fazia parte ensaiava no cemitério. A molecada se encontrava perto da quadra IV, que ainda estava em construção, e os defuntos ali enterrados não reclamavam do barulho.
"A avenida Rio Branco era um deslumbramento só" - mão dupla, tudo decorado, cheia de grupos fantasiados. Entre os carros, desfilavam os cordões, grupos e blocos com muitos pierrôs, arlequins, tiroleses, holandeses e muitas colombinas também.
Passa o tempo, passa a guerra, passa a ditadura Vargas, o tempo vai correndo e nosso heroi vai se tornando mais adulto e mais valente. Essa avenida Rio Branco, dos desfiles carnavalescos, era a mesma que abrigava o Teatro Municipal. a Biblioteca Nacional, o Museu e a Escola de Belas Artes. E lá foi ele, atraído pelas artes, para a tal escola, e também para o teatro, onde trabalhou por muito tempo. Foi desse local, numa janela do andar superior, seu camarote exclusivo, que viu pela primeira vez um desfile de escola de samba, com Natal reclamando e a Portela evoluindo, ali, naquela mesma avenida.
Um dia, foi convidado para fazer parte do júri das escolas de samba. Aceitou.
E foi também na Avenida Rio Branco que, encarapitado num palanque de madeira, viu um desfile bastante sui-generis. "A primeira escola quebrou o eixo do carro... Que entre a segunda... Mas a segunda só entraria se a primeira entrasse...Então que entre a terceira... E nada da terceira, e nada da quarta também - Às onze e meia da noite, chega alguém avisando que a quinta iria desfilar - até que enfim..."
A quinta era o Salgueiro, apresentando enredo sobre Debret - o que cativou nosso jurado: em vez de "Panteão de Glória", "Batalhas de Tuiuti", etc., cantava um artista - Debret.
Foi desse dia em diante que nosso personagem tornou-se carnavalesco e salgueirense - as cores vermelho e branco ainda por cima o remetiam ao time de futebol lá do Rio Branco, quando ainda era menino.
Não espera receber o convite para desenvolver o enredo para o Salgueiro, no ano seguinte. Escolheu a resistência negra durante o período da escravidão, Nzambi dos Palmares, ou Zumbi dos Palmares, assunto que não era focalizado pelas escolas. Virou filme, e Zumbi hoje é símbolo de resistência.
Descobriu para o povo não só o Nzambi como Xica da Silva (foi um estouro!), Aleijadinho, e acabou desencavando um enredo sobre uma visita de um rei negro a Mauricio de Nassau - cuja música foi cantada não só no carnaval como em estádios de futebol, casamentos, e até hoje faz sucesso - "Olêlê, Olálá, Pega no Ganzê, Pega no Ganzá".
Apesar das vitórias, havia uma certa crítica negativa a ele, dizendo que não se deveria interferir numa manifestação popular. Tinham esquecido que, desde a década de 40, as escolas contratavam artistas eruditos e profissionais para realizarem seus enredos.
No ano do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, o tema escolhido foi "História do Carnaval Carioca", que retratava o carnaval carioca e o baile dos pierrôs, produzido por Eneida todo ano. Jogaram muito confete e serpentina durante o desfile, e os garis estavam esperando o Salgueiro sair da avenida para limpar tudo antes do desfile da Portela. Provocativos, os salgueirenses disseram que aquela era a comissão de frente da Portela. Os portelenses obrigaram os garis a irem limpando a pista no final do desfile do Salgueiro. Foi a apoteose - !Puxa, não esqueceram nada, tem até os garis limpando o final da festa!". Esses garis foram aproveitados mais tarde pelo Joãosinho Trinta no seu famoso desfile dos Ratos e Urubus. Na época, João era aderecista e bailarino. Acabou abandonando a dança e tornou-se carnavalesco, mas esta já é uma outra história...
O nosso heroi fez outros carnavais vitoriosos. Depois, passou a bola adiante e foi se dedicar a vários afazeres nas TVs para as quais trabalhava.
Um dia, cansado da vida, foi embora, acho que um pouco contrariado, pois viver foi sempre uma aventura que encarou sem medo.
Deve ter sido recebido por uma extensa corte - Nzambi, Aleijadinho, Xica da Silva e outros tantos negros e mulatos que fazem parte da cultura deste país mulato. Agitando bandeirinhas, eles gritaram em coro: "Pamplona, Pamplona, Pamplona.."
Rosa Magalhães




CONHECENDO O ENREDO DA GRANDE RIO





Vale muito a pena ler pra poder conhecer e entender: o enredo e sua história quando sua escola de samba passar.


"A GRANDE RIO É DO BARALHO"
Carnavalesco: Fábio Ricardo
Para muitos o Carnaval é um jogo. Já que é assim, a Grande Rio entra na partida e, para começar, dá as cartas. Atiçando nossa imaginação, no seio da criatividade, reaviva o simbolismo dos tempos remotos, e, ao poder econômico, dá o Ouros. Ao poder militar, Espadas. Copas para o poder religioso. Paus ao poder político, que no povo encontra seu alicerce.
A seguir, saca a figura de um Rei. Em seguida, a de uma Dama. Completando, um Valete. Diz, de antemão, que um Coringa pode trazer sorte, mas o Ás – que é trunfo – guarda pra si, como quem esconde "uma carta na manga".
Através das cartas ela encontra seu destino. Carta que é "jogo", e também revela os mistérios da adivinhação. Os arcanos maiores do tarô de Marselha previram, mas foram os lábios rubros da cigana que confirmaram: uma "chave" ilustrada na mesa indica que as portas estão abertas. A carta 31 do oráculo cigano reafirmou: o "sol" vai brilhar. É ele quem traz o anúncio de que bons ventos virão com as cinzas da quarta-feira.
Os astros se alinham e as estrelas iluminam nossos caminhos. Da mesma forma que nove são as cartas numeradas, nove são os planetas do sistema solar. Assim como quatro são os naipes, quatro são os elementos estabelecidos pela Astrologia – o fogo, a terra, a água e o ar – que, por sua vez, dividem os doze signos zodiacais.
Há quem guarde um coringa... quem trate a disputa com a malícia de um poker, a inteligência de uma partida de sueca ou como os velhos malandros, bons no carteado. Previ, sonhei e imaginei. A Grande Rio despista os jogadores e dá sua cartada na Avenida. A sorte está lançada! Façam suas apostas!
Pesquisa e Texto: Leandro Vieira e Roberto Vilaronga

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