Ouço um tremor! A noite anseia pelo dia, Dia que, teimosamente, Demora, pois traz a vida Dos véus da sabedoria... Pelo meu corpo desnudado, Minhas entranhas o selariam: Esculpido no barro, o homem nascia.
Homem da Terra, Filho da mata virgem. Envolto às minhas espécies, Que se abrem à tua passagem, Percorre essa amorosa via-terra-fêmea E reconhece-te nessa paisagem. Germina a semente do teu ser, A coragem e o saber Ao vulto de uma pátria mãe gentil. Debruça sobre a terra, Fremindo a candura ardil Da arte agrícola, De uma terra abençoada, Chamada Brasil.
Entre os raios de sol, Semeia o ciclo sagrado da natureza. Desvenda meus mistérios, Tanto do solo quanto hídricos, Segue a tua lida, Entremeando meus frutos, À essência da vida.
E a prosa segue entrosada Rumo à lavoura, Na beira da estrada. O sol a pique, Brota o suor, Mãos calejadas Ao manejo da enxada.
O homem do campo Ara a terra, Com bravia devoção. Planta, cultiva feito as Flores que colorem Esse chão. Tudo verdinho e brotado, Alimenta tua família Com os frutos do meu roçado.
Meu matuto sonhador, Já é tarde! Brilha a luz na portinhola, Crê nas palavras de Deus Nosso Senhor, Rima-te a essa poesia de amor... E nas modas de viola Canta a vida do interior.
Na minha intimidade, Volto ao meu ser. Espalho minhas cores, Polinizadas de saber. Atraídos pelo néctar São muitos os insetos a me envolver, Num ato simbiótico, Renovando o meu florescer.
Chegou a hora! Tu que me foste zelador: Agora, segue na linha do tempo E mostra ao mundo teu valor. Pinta minha terra, Em forma de um mosaico encantador. Tua arte é a agricultura E, o teu ofício, agricultor.
E eu digo amém, Só de pensar Que a criatividade humana Vai além. Reside na sutileza, Na expertise rural e Desvenda os segredos da natureza À questão ambiental.
Mas sem rodeio e sem aresta A praga te insulta, Ameaça e te espreita. Mas não te acanhes, Tu conheces a receita. Trava uma batalha, Munido de insumos naturais, Luta e peita... Salva a tua colheita.
Uma poeira no pé de vento Sopra a prosa de um novo Empreendimento: Fértil em tuas plantações, Polinizada pela tecnologia E por sustentáveis inovações. Cuidadosamente, aviso: É um tal de agronegócio, Não tem nada de improviso. É uma séria "capital", Que do mundo rural, Se chama "Sorriso".
Contudo, O trabalho árduo Te afaga. Não falha. A agricultura sustentável Cria a tecnologia do "Plantio direto na palha". Semeando "sorriso" Corre chão Para tudo mais que o valha, Planta o grão. Sem gradagem e aração À saúde da plantação.
Segue, Homem da Terra, A tua saga comunitária. Desbrava os recursos dos Peixes, gados e suínos... Mede essa "extensão agrária" E escreve a história da Tua agropecuária.
Terra farta, Gente feliz. Semeia tua alegria Que se manifesta Em ritos de poesia: Entre palmeados da "catira", Passos da "caninha-verde" Ao cortejo da folia.
Entre teus sonhos e desejos, Sou eu - a Mãe Natureza - A luz de tua inspiração. Sou eu a festança e a cantoria, Dos "brasis" que correm esse chão. Sou eu o fruto da vida, Um infinito ser abençoado, Que pelo teu talento Para sempre serei lembrado: "Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado".
Referência Bibliográfica: ALBERTO, de C. Alves. A Terra na Terra. ARAUJO, Alceu M. - Folclore Nacional. São Paulo, Ed. Melhoramentos, 1964, 3 vols. ____________. Cultura Popular Brasileira. São Paulo, mec/inl, 1973. SZMRECSÁNYI, Tamás. Pequena história da agricultura no Brasil. São Paulo, Contexto, 1997. VEIGA, José Eli da. O desenvolvimento agrícola: uma visão histórica. São Paulo, EDUSP/Hucitec, 1991.
Departamento de Carnaval: MAURO QUINTAES, ANNIK SALMON, HÉLCIO PAIM E MARCUS PAULO Diretor de Carnaval: FERNANDO COSTA Historiador-Enredista: MARCOS ROZA
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